A Prefeitura de São Paulo despejou no início do mês de setembro a Cooperativa de Proteção dos Catadores da Barra Funda, a CooperSoma, por não ter a documentação em dia. A instituição nasceu do Projeto Boracea, uma parceria entre prefeitura e ONGs, que visava ajudar os moradores de rua da cidade de São Paulo. No entanto, nos últimos anos o projeto foi desarticulado pelas gestões Serra e Kassab.
Segundo o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a cooperativa não contava com os documentos necessários porque não tinha recursos financeiros para tal. Sem esta documentação, a entidade não poderia filiar-se à prefeitura.
O Departamento de Limpeza Urbana, o Limpurb, que efetuou o despejo, não ofereceu uma alternativa para local de trabalho, apenas indicou que os cooperados se desmembrassem e ingressassem em outras cooperativas.
A CooperSoma contava com cerca de 34 cooperados, a maioria deles formada por moradores de rua, que recolhiam material reciclável na região da Barra Funda e o revendiam. Ao fechá-la e não oferecer uma alternativa viável, a prefeitura deixou os catadores sem outras opções, além de trabalhar por conta própria ou enfrentar mais burocracia para integrar-se a outro projeto.
A entidade recebia ajuda do MNCR e do Projeto Cataforte, que fornecia cestas básicas e outros benefícios, porém os integrantes queixam-se que a assessoria técnica deveria ter sido fornecida pela Prefeitura.
A Secretaria Municipal de Serviços e o Limpurb não quiseram comentar o assunto, apenas afirmaram à reportagem que a CooperSoma não era filiada à Prefeitura.