A CUT-SP fez o lançamento do 1º de Maio nesta segunda-feira, 25 de abril, no Sindicato dos Químicos de São Paulo. Com a presença da delegação dos países africanos, o 1º de Maio da CUT iniciou com a abertura da “Mostra de Cinema Brasil-África” e com o debate e a reflexão sobre a importância da integração e da unidade dos trabalhadores, principalmente com o continente que está na raiz da nossa formação, que é o continente africano.
A solenidade de abertura contou com a presença do Presidente Nacional da CUT, Artur Henrique; do Presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira; do Coordenador do Centro de Estudos Africanos da USP, Kabenguele Munanga; da Matilde Ribeiro, assessora do projeto do 1º de Maio 2011; e do Osvaldo Bezerra, coordenador do Sindicato dos Químicos de São Paulo.
“A importância do nosso 1º de maio é justamente o resgate do berço da civilização, é um gesto concreto para fortalecer e reconhecer nossa identidade, raiz e história”, analisa Adi dos Santos Lima, Presidente da CUT/SP.
Em 2010, a CUT optou por comemorar o dia 1º fortalecendo a relação entre os trabalhadores do Brasil e da América Latina. Com isso, além dos tradicionais shows, aconteceram manifestações e apresentações culturais; seminário sindical internacional; feira gastronômica; entre outras atividades que serão ampliadas em 2011.
O fortalecimento da relação sul-sul é um tema de destaque da Central, ao reconhecer que são fundamentais os laços de solidariedade entre os trabalhadores e trabalhadoras dos diversos países como forma de construção da unidade de luta da classe trabalhadora brasileira, africana e latino-americana.
“Nosso 1º de maio não terá sorteio de casa e carro. Por isso, inclusive, a imprensa irá comparar quantidade de público. E nós não estamos preocupados com quantidade, mas estamos priorizando a qualidade, a importância da qualidade do debate político sobre o fortalecimento da classe trabalhadora nas relações sul-sul”, defende Artur Henrique.
Mostra de Cinema
A apresentação do filme “Renascimento Africano”, do cineasta Zózimo Bulbul, marcou o início da Mostra de Cinema, que acontecerá nos próximos dias 26 e 28, na Apeoesp e no SindSaúde, respectivamente. O documentário, rodado em Dakar, no Senegal, conta com depoimentos de intelectuais, políticos e religiosos, que apresentam um panorama dos 50 anos de independência dos países do oeste da África e a interpretação sobre a escultura criada recentemente no Senegal que representa, justamente, o renascimento africano.
“Eu precisei sair do Brasil para descobrir que eu tenho história, que eu existo. Eu me sinto tão exilado nesse Brasil como o índio”, explica Zózimo Bulbul, ao fazer referência as suas viagens e produções na África como parte do resgate da cultura africana presente em suas obras.
Eloi Ferreira, da Fundação Palmares, destacou que ao abordar as relações Brasil-África e a questão racial, “a mostra de cinema que está sendo realizada pela CUT já é um sucesso por ligar nossa cultura a dos povos da África, responsáveis em sua essência pela nossa identidade”.
Durante toda a semana acontecerão atividades que marcarão o 1º de Maio da CUT 2011.