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Mãe Bernadete solicitou proteção para o STF, mas acabou assassinada

O Brasil assiste com horror a mais uma tragédia promovida pela combinação de interesses políticos e econômicos, racismo, preconceito e sensação de impunidade. A Yalorixá Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) foi assassinada a tiros nesta quinta-feira, 17 de agosto de 2023.

Mãe Bernadete era líder comunitária, referência na defesa de direitos humanos, em particular da população quilombola. Seis anos depois do assassinato de seu filho, Binho do Quilombo, dois homens entraram em sua casa e a executaram.

De acordo com o Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc-CPT), de 2005 a 2023, 47 quilombolas foram assassinados em decorrência de conflitos no campo. Desses 47 casos, 16 ocorreram na Bahia, é o segundo estado em número de assassinatos, atrás apenas do Maranhão, que registrou 17 homicídios no mesmo período.

A Diretoria do SinPsi se solidariza com a dor dos familiares, mas não pode deixar de registrar seu repúdio diante de mais esse crime. Mãe Bernadete já havia solicitado proteção ao Supremo Tribunal Federal, mas se tornou mais uma vítima da guerra que se trava no Brasil contra pretos, pobres e quem luta por seus direitos e terra.