Professores criticam qualquer forma de discriminação e preconceito e destacam respeito e acolhimento ao outro
São Paulo – Professores do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP divulgaram hoje (21) carta de oposição ao Projeto de Lei 234/2011, aprovado na terça-feira (18) pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, cuja proposta é popularmente conhecida como “cura gay”, O projeto é de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), líder da frente parlamentar evangélica.
O documento da PUC repudia qualquer forma de discriminação e preconceito e destaca que o projeto de lei pretende “institucionalizar a diferença e a intolerância”, o que desrespeita o direito e a liberdade do indivíduo.
Os professores analisam que há um consenso nos órgãos mundiais dedicados à saúde e ao estudo da sexualidade humana quando afirmam que a homossexualidade não é uma doença e, portanto, não pode ser curada. “Seria um contrassenso atribuir o caráter de patologia a um comportamento sexual humano conhecido desde a antiguidade, só porque o mesmo não está de acordo com o interesse de um grupo específico da sociedade, que certamente merece todo nosso respeito mas que não é, definitivamente, a única voz desta sociedade”.
Para os docentes, o PL tenta criar um precedente para anular a validade do Conselho Federal de Psicologia e os efeitos da Resolução Conselho Federal de Psicologia nº 01/99 “que não proíbe nem dificulta o exercício da profissão, no sentido de atender àqueles que desejam trazer questões referentes à própria sexualidade como tema de seu processo psicoterapêutico”. “Lidamos, como profissionais, com homossexuais, heterossexuais, transexuais e primamos nossa atuação pelo respeito às orientações sexuais de cada um.”
“Nossos alunos são preparados em um ambiente que repudia qualquer forma de discriminação e preconceito, pois a psicologia é marcada pelo respeito e acolhimento ao outro e ao seu sofrimento”, assinam os professores.