Estudantes de Psicologia de todo País se mobilizam para o evento e quem participou da primeira edição garante: é aprendizado na certa!
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, dizia o físico Albert Einstein (1879 – 1955). E é exatamente isso que os mais de 13 mil estudantes inscritos podem esperar da 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que apresentará ao público mais de 5 mil trabalhos elaborados por profissionais e universitários, em diversas áreas da profissão.
O psicólogo André Amorim Martins, professor da Fundação Educacional de Divinópolis (Funedi), associada à Universidade Estadual de Minas Gerais, inscreveu para a Mostra o pôster “Medicamentalização no Contexto Escolar ao Olhar da Psicologia”. O trabalho foi feito em parceria com a professora Marilene Cortez e oito alunos do 7º semestre. “É importante contar com a participação de estudantes para eles terem a noção de que Psicologia local pode ser reconhecida e influenciar atividades em várias partes do País”, diz Amorim.
O estudo de caso começou em dezembro de 2011 e foi até maio deste ano. Percorreu 12 escolas públicas do Centro-Oeste de Minas Gerais e constatou que o uso de remédios por crianças influencia na aprendizagem e que o psicólogo é peça-chave para cuidar desse assunto nas instituições de ensino. “Criamos a nomenclatura medicamentalização a partir do termo medicalização, utilizado na medicina pelo uso excessivo de medicamentos. Queremos inovar o debate na área”, ressalta Martins.
Estudantes a todo vapor
Rosemari Martines, estudante do 10º semestre do curso de Psicologia da Fundação Educacional de Penápolis (Funepe), em São Paulo, não só confirmou presença na Mostra, como irá apresentar um trabalho em conjunto com a também graduanda Elaine Barie, supervisionado pelo professor e psicólogo Maurício Ribeiro de Almeida. Eles são responsáveis pelo pôster “O Adolescente e as Medidas Socioeducativas: a Concepção de Rede como Possibilidade de Inovação no Atendimento”.
O trabalho consiste em encontrar lugares alternativos onde os jovens infratores possam cumprir as medidas. Para isso, o grupo fez um levantamento dos históricos de queixas contra os adolescentes, dos crimes, da história de vida de cada um e os bairros onde haviam as ocorrências. “É uma iniciativa inovadora que a gente pretende apresentar no evento. Temos muito a contribuir nas áreas social e jurídica”, adianta Rosemari.
Já a estudante Karine Schabat, que cursa o 3º semestre de Psicologia na Celer Faculdades, em Santa Catarina, irá para a 2ª Mostra como co-autora do pôster “Pessoas com Deficiência e as Habilidades de Aprendizagem”, elaborado pela professora Larissa Migliavacca. O trabalho foi realizado com cinco pessoas com deficiência e chegou à conclusão de que eles são perfeitamente capazes de realizar atividades rotineiras como costurar, pintar, jogar e dançar.
“Queremos mostrar para as pessoas que eles conseguem atingir seus objetivos e que podem fazer coisas que todo mundo faz. É preciso extinguir o pensamento de que eles não são capazes”, frisa Karine. Para ela, como estudante, a 2ª Mostra vai ser uma oportunidade ímpar de aprender mais sobre a Psicologia na prática e, ao mesmo tempo, apresentar seu trabalho.
Com a palavra, os psicólogos
“A importância do evento consiste em mostrar as diversas práticas psicológicas do País. Sou professora e, como a gente mora longe dos principais centros do Brasil, é importante mostrar que estamos fazendo Psicologia. Temos incentivado os alunos para irem não só como estudantes, mas como estagiários de Psicologia, mostrando suas práticas como processo de informação. Trabalhamos com psicologia social, e não só com os indígenas.” – Fabiane da Fontoura Messias de Melo, psicóloga, Acre.
“A 2ª Mostra é um evento fundamental para divulgar práticas que possam contribuir com a Psicologia que está sendo construída e desenvolvida atualmente. Inscrevi 10 trabalhos com alunos e minhas expectativas são as melhores possíveis. Será um momento de troca de experiências.” – Leonardo Sales, psicólogo, Piauí.
“A importância da 2ª Mostra é grande do ponto de vista acadêmico, pois incentiva pesquisas por meio da possibilidade dos alunos da graduação inscreverem seus trabalhos. É um momento histórico e muito importante para a Psicologia no Brasil.” – Paula Martins dos Anjos, psicóloga, Mato Grosso do Sul.
“O evento será uma espécie de intercâmbio entre os psicólogos permitindo, inclusive, que alunos de cursos de Psicologia mostrem o conhecimento que adquiriram nas salas de aula. Espero que haja bastante troca de conhecimento e experiências de profissionais de vários estados.” – Lavínia Vasconcelos, psicóloga, Rio Grande do Norte.
“O evento é uma oportunidade para compartilhar as práticas em Psicologia, além de ser palco para articulação das pessoas que estão se formando na área – que precisam ter conhecimento da prática profissional. É uma categoria que ainda está mostrando sua identidade e suas ferramentas para enfrentamento das questões sociais.” – Mônica Cola, psicóloga, Espírito Santo.
“A Mostra será o maior encontro que a Psicologia brasileira já realizou, um evento representativo, com a participação de profissionais e estudantes de todos os estados, onde a interação, o diálogo e a troca servirão para a construção de uma nova agenda para a profissão, voltada para uma sociedade mais democrática e solidária.” – Maria Ermínia Ciliberti, psicóloga, São Paulo.
“A 2ª Mostra como parte das comemorações dos 50 anos da profissão vai trazer uma possibilidade de enxergar como estão as práticas psicológicas atualmente e após a regulamentação. Minha expectativa é que a gente possa capacitar o máximo de profissionais, de estudantes e população em geral, contribuindo, assim, com a imagem da Psicologia na sociedade de forma menos intimista.” – Marilda Castelar, psicóloga, Bahia.