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No dia mundial da saúde mental, movimentos exigem financiamento público do governo de São Paulo

13.out.2025 Por Norian Segatto

Comemorado em 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental foi instituído em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental com o objetivo de alertar a comunidade global sobre a importância do cuidado com os sofrimentos mentais.

Este ano, a campanha tem como tema “Acesso aos serviços: Saúde mental em catástrofes e emergências”. O senso dessa campanha remete diretamente à pandemia de Covid 19, que causou milhões de mortes em todo o mundo, mas também ao genocídio ocorrido na Faixa de Gaza, catástrofes naturais e outros surtos que envolvem saúde pública.  

No Brasil, desde a reforma psiquiátrica, os movimentos antimanicomiais vêm lutando por tratamentos humanizados e em liberdade, compreendendo que uma equilibrada saúde mental é um conjunto de fatores da própria condição humana e da cidadania, por meio de trabalho decente para todos, educação de qualidade, habitação, programas de saúde pública, respeito à diversidade humana, proteção do meio ambiente entre outros fatores.

Sem financiamento público para as CTs

SP sem CTs: evento debateu financiamento público para RAPs Reprodução Youtube

Para comemorar a data, a Frente Antimanicomial de São Paulo, o SinPsi e outras entidades, realizaram uma “reunião aberta” SP sem CTs: Em defesa do financiamento estadual para as RAPs, em formato híbrido (presencial e online), para denunciar o uso de dinheiro público para financiar as chamadas comunidades terapêuticas (que nem são comunidades e muito menos terapêuticas) em detrimento do financiamento público para as RAPs (Rede de Atenção Psicossocial).

Deputado Carlos Giannazzi (Psol)

Pelo Sindicato participaram a presidente Marcella Milano, o vice, Rogério Giannini e a secretária geral, Priscila Takatsu.

O evento, realizado no auditório da CAPs Itapeva (região da Bela Vista, em São Paulo) abriu a palavra para usuários, profissionais da saúde, militantes do movimento antimanicomial e parlamentares, como o deputado Carlos Giannazzi  (Psol-SP) que destacou a necessidade de os programas e instrumentos de promoção de saúde mental estarem contemplados no orçamento estadual, que está em debate na Assembleia Legislativa do Estado.

Eliana, usuária dos serviços, denunciou maus tratos sofridos enquanto esteve internada em uma CT

Usuários que já passaram por comunidades terapêuticas denunciaram maus tratos e abandono, em contraposição ao trabalho feitos pelos CAPs (Centro de Atenção Psicossocial).  

“Esse foi mais um capítulo da luta pelo financiamento para políticas públicas em vez de destinar recursos para as comunidades terapêuticas, que são os novos manicômios, continuamos mobilizados junto com usuários e a sociedade”, afirmou a presidenta do SinPsi, Marcella Milano.

O evento foi transmitido pelo canal do Youtube do sindicato. Por conta de problemas técnicos, o início da transmissão ficou sem captação de som, que foram resolvidos no decorrer da transmissão.

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