7nov2025 Por Norian Segatto
De 19 a 22 de novembro aconteceu, em Brasília, o 7º Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP), evento que reuniu psicólogas/os, docentes, estudantes, profissionais de áreas afins e usuárias/os de serviços de Psicologia, em um espaço de compartilhamento de experiências, saberes e vivências teóricas e práticas sobre a profissão. “Este é o quarto congresso que participo e é sempre impressionante ver como os debates são atuais e como nossa profissão é dinâmica”, pondera Marcella Milano, presidente do SinPsi, que participou do Congresso juntamente com o vice-presidente Rogério Giannini e as diretoras Fernanda Magano e Priscila Takatsu. Clique aqui para assistir a cerimônia de abertura.

O tema desta edição foi Crises Globais e Impactos Locais: Caminhos para a Psicologia como Ciência e Profissão, bem a caráter aos tempos que vivemos, de crise ambiental, incertezas em relação à evolução da inteligência artificial, avanço da extrema direita e necessidade de reafirmar a democracia como umas das impulsionadoras da justiça social – e como tudo isso impacta o dia a dia do fazer dos/das profissionais de Psicologia. Os quatro eixos propostos para orientar os debates expressam bem essas preocupações?
Eixo 1 – Crises ambientais e sustentabilidade: psicologia e promoção da saúde e bem-viver.
Eixo 2 – Avanços tecnológicos e digitalização da vida: transformações no trabalho e nas relações sociais.
Eixo 3 – Democracia e justiça social: os desafios da Psicologia na defesa dos direitos humanos.
Eixo 4 – Fazeres da Psicologia em um mundo em mudança: inovações e desafios para a formação e atuação profissional.
Para Rogério Giannini, “além dos temas apresentados nos simpósios e conferências, cabe destacar a diversidade e qualidade de atividades como minicursos, oficinas, mesas redondas e outras. Foi um verdadeiro inventário de práticas profissionais que demonstram a relevância da profissão para a sociedade brasileira”.
Durante os quatro dias, dezenas de mesas de diálogo, minicursos, pôsteres e debates que reafirmam o compromisso da Psicologia com a produção de conhecimento, a ética profissional e a defesa dos direitos humanos, se mesclaram a atividades e apresentações culturais, entrega d0 prêmio Sylvia Leser de Mello – Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia, feira de economia solidária, encontros e afetos que deram a dimensão da potência da profissão. Como sempre, uma grande parte dos/das participantes era formada por estudantes, que mesclam anseios e preocupações diante do futuro profissional.

A diretora do SinPsi, Priscila Takatsu, destaca que “o congresso me trouxe inquietação com a Psicologia da educação, tanto pela lei 13935/19 quanto pelo fazer da psicóloga no ambiente escolar. Outro desafio que temos que continuar enfrentando é a luta contra as comunidades terapêuticas, e o enfrentamento intransigente antirracista, anticapacitista e pelos direitos humanos”.
Na Conferência Magna realizada no dia 21, Sigmar Malvezzi, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, falou sobre a Psicologia do Trabalho e das Organizações e como acompanhar criticamente as mudanças sem perder de vista a ética, a saúde mental, a dignidade, os vínculos e a própria humanidade. Além dele, as conferências magnas Bem-Viver no caos: qual Psicologia sustenta a vida em um mundo de eventos extremos?, conduzida por Débora Noal; Democracia e Justiça Social: os desafios da Psicologia na defesa dos direitos humanos, ministrada por Iolete Ribeiro; Fazeres da Psicologia em um mundo em mudança: inovações e desafios para a formação e atuação profissional, de Luciana Mourão; e Crises ambientais e sustentabilidade: Psicologia e promoção da saúde e bem-viver, com Raquel Diniz, podem ser acessadas canal oficial do CFP no YouTube.
“O congresso é sempre uma oportunidade de atualizarmos os temas de nossa profissão, conhecer e trocar experiências. Acompanhar esses debates do ponto de vista da atividade sindical é ver toda a potência e riqueza de nossa profissão e como as pessoas que a exercem devem ser valorizadas em seus locais de trabalho”, finaliza Marcella Milano.
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Foto de capa: CRPRS
