No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançará pesquisa para conhecer melhor a categoria. Por meio de questionário, a pesquisa será realizada aleatoriamente via telefone, quase duas mil psicólogas e psicólogos, a fim de compreender como o fato de a categoria ser, predominantemente, composta mulheres tem impactado a prática profissional. A pesquisa será lançada oficialmente durante o Debate Online Mulher: democracia, políticas públicas e cidadania, programado para o dia 28 de março às 10h.
O questionário vai abordar questões relevantes para o CFP, o perfil da psicóloga e do psicólogo pesquisado e o posicionamento destes frente a temas da Psicologia. Com base nos dados obtidos nesta pesquisa, o CFP conhecerá melhor as psicólogas brasileiras e desta forma traçará políticas que, em conjunto com as deliberações do VII CNP, dialoguem de forma mais direta com as necessidades da categoria.
Dados do Cadastro Nacional do Conselho Federal de Psicologia (CFP) apontam a existência de 215 mil profissionais de Psicologia. Desse total, aproximadamente 190 mil são mulheres.
Conferência das Mulheres
A Psicologia participou da Conferência Nacional da Mulher, realizada em dezembro de 2011, de forma expressiva. Cerca de 100 delegadas psicólogas participaram do evento e o CFP esteve representado pela conselheira Marilda Castelar, representante da instituição no Conselho Nacional de Políticas da Mulher e pela colaboradora do CFP na temática, Marisa Sanábria.
Segundo a conselheira Marilda Castelar, o CFP continuará discutindo o papel das mulheres como protagonistas de suas vidas. “As diretrizes da Conferência também nos dão subsídios para que o CFP continue qualificando a sua intervenção nesse campo”, disse. Segundo Marilda, o contato com as psicólogas participantes da Conferência foi fundamental para uma articulação da Psicologia com o Movimento de Mulheres. ”O evento nos permitiu conhecer práticas das psicólogas que já estão engajadas em várias dimensões do movimento [das Mulheres]”, explica.
As diretrizes da Conferência são ferramentas de manutenção do Plano Nacional de Políticas para Mulheres do governo Federal. Além disso, elas também são ferramentas orientadoras de propostas para políticas públicas em âmbito nacional, estaduais e locais:
* A autonomia das mulheres como princípio gerador das políticas e ações do poder público e que são propostas para a sociedade;
* A busca da igualdade efetiva entre mulheres e homens, incidindo sobre as desigualdades sociais em todos os âmbitos;
* O respeito à diversidade e combate a todas as formas de discriminação com medidas efetivas para tratar as desigualdades em suas especificidades;
* O caráter laico do Estado como um princípio rigoroso de que as políticas públicas não podem se mover por definições religiosas;
* A universalidade dos serviços e benefícios ofertados pelo Estado, o que exige justiça e transparência;
* A participação ativa das mulheres no diagnóstico da realidade social, formulação das políticas, implementação, controle social.
Segundo a conselheira vice-presidente do CFP, Clara Goldman, a partir de 2010 muitas ações voltadas para dar visibilidade ao protagonismo feminino dentro da profissão foram empreendidas. A grande repercussão alcançada com o Prêmio Profissional Democracia e Cidadania Plena das Mulheres, cuja publicação será lançada no mês de abril, no Congresso da Ulapsi e disponibilizada na página do CFP, evidenciou inúmeras experiências qualificadas e de grande valor teórico e prático que talvez até então não tenham sido colocadas no cenário público da forma como o prêmio profissional promoveu.
Além disso, à época da campanha, em 2011, muitas psicólogas encaminharam imagens do seu cotidiano profissional, partilhando suas experiências, o que revela a construção da identidade da Psicologia brasileira com forte participação feminina.
A campanha realizada em 2011, Psicologia, profissão de muitas e diferentes mulheres, em conjunto com a pesquisa a ser realizada neste ano, constituem elementos propulsores da ideia de que a Psicologia precisa valorizar e reconhecer a contribuição feminina.
Finalmente com a pesquisa espera-se avançar ainda mais na compreensão do universo feminino presente na Psicologia e acerca das consequências desse protagonismo para a história da profissão.
Esperamos que a categoria, ao ser contatada pela instituição da pesquisa, acolha a iniciativa, participe e contribua para o futuro da profissão.
O Conselho Federal de Psicologia homenageia as companheiras psicólogas brasileiras e as convida para que acessem o site mulher.pol.org.br para participar das discussões que perpassam a temática “Mulher”.