Notícias

Crianças no lixão: um drama na vida real

Trabalho voltado para erradicação do trabalho infantil no lixão de Campina Grande será apresentado em Mostra Nacional de Psicologia
A atividade de crianças e adolescentes em lixões é prejudicial física e psiquicamente, pois o ambiente inadequado e insalubre afeta diretamente o desenvolvimento dos jovens. O trabalho infantil desse tipo ocorre em todo Brasil, mas em Campina Grande, no agreste paraibano, o cenário mudou graças ao trabalho de psicólogos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O local foi fechado em 2011 e recebia cerca de 370 toneladas de resíduos sólidos por dia.
O trabalho chamado “Construindo Parcerias para Erradicação do Trabalho Precoce: Conexões entre a Universidade e o Lixão de Campina Grande” será um dos 5 mil trabalhos apresentados durante a 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontece entre os dias 20 e 22 de setembro, no Anhembi, em São Paulo.
O trabalho dos psicólogos envolveu orientações nos lixões para que as crianças voltassem para a escola e tivessem um desenvolvimento pleno. “A atividade das crianças era insalubre, complicada, envolvia também lixos hospitalares”, ressalta Vanessa Cavalcante, estudante do 8º semestre de Psicologia da UEPB, responsável por apresentar o trabalho na 2ª Mostra.
O diálogo psicológico com os pais explicava a existência políticas públicas, como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), que atua na transferência direta de renda a famílias com crianças ou adolescentes em situação de trabalho. “Eles precisavam saber que existem ações que fortalecem a permanência da criança na escola e incentivam atividades esportivas, não o trabalho”, diz Vanessa.
Pelo fim do lixão
A atividade do professor Edil Silva e alunos do departamento de Psicologia da UEPB começou em 2010, com objetivo de erradicar o trabalho infantil no, agora extinto, lixão de Campina Grande. As ações envolveram parcerias com escola municipal, entidades de saúde, trabalho e emprego, serviço social e conselhos tutelares. A intervenção envolveu, ainda, mães de crianças e adolescentes que prestavam serviços no local.
Para fortalecer as ações do trabalho, a UEPB viabilizou o ‘Seminário sobre Trabalho Precoce no Lixão: Discutindo Políticas Públicas e Ações de Enfrentamento’, em setembro de 2011. O evento ajudou na mobilização para acabar com o antigo lixão.
Após o fechamento da área, as famílias têm buscado outros métodos de sobrevivência, o principal deles é a catação de resíduos sólidos nas cidades. “Nossa expectativa é que, após esse trabalho, as instituições continuem acreditando no projeto e concretizem ainda mais propostas”, projeta Vanessa.

Deixe um comentário