Aumento foi maior em serviços e para famílias de renda mais alta. Instituto destaca aumentos em itens como mandioquinha, batata, pão francês e leite e quedas nos preços do café e do açúcar
São Paulo – A inflação no município de São Paulo, medida pelo Índice do Custo de Vida (ICV), do Dieese, fechou 2013 com alta de 6,04%, abaixo do ano anterior (6,41%). Segundo o instituto, a inflação subiu mais conforme o poder aquisitivo: 4,82% para o estrato 1 (famílias de menor renda), 5,45% no estrato 2 (intermediário) e 6,62% para o 3. E também cresceu mais nos serviços.
Dois grupos tiveram altas bem acima da taxa geral: Saúde (12,58%) e Despesas Pessoais (10,34%). Despesas Diversas (7,05%), Educação e Leitura (6,84%) e Alimentação (6,58%, ante 10% em 2012) registraram variações próximas das do ICV. Outro cinco fecharam abaixo do índice: Transporte (3,35%), Habitação (3,32%), Vestuário (1,24%), Recreação (0,95%) e Equipamento Doméstico (0,37%).
Em Saúde, grupo em que os preços mais aumentaram em 2013, o Dieese apurou elevação de 14,21% na assistência médica, “resultado das altas nos seguros e convênios médicos (14,91%) e consultas médicas (11,92%)”. Para produtos farmacêuticos, a taxa foi menor, 5,7%.
Em Despesas Pessoais, a alta de 10,34% foi resultado, principalmente, das variações de fumo e acessórios (15,78%), devido ao aumento de 15,92% no preço dos cigarros. “Os produtos e serviços de higiene e beleza (5,47%) apresentaram taxa semelhante ao índice geral.”
Entre as atividades de maior peso na composição do ICV, como alimentação, a maior taxa foi de alimentação fora do domicílio (8,96%), com alas de 8,79% para refeições principais e de 9,18% para lanches. “Alguns alimentos in natura e industrializados, importantes entre os hábitos de consumo do paulistano, apresentaram elevações que merecem destaque: mandioquinha (58,13%), farinha de mandioca (47,43%), abacate (39,38%), farinha de trigo (31,78%), chá (29,42%), leite em pó (21,56%), leite longa vida (19,79%), pão francês (14,91%), batata (14,45%) e leite in natura (13,25%)”, informa o Dieese, que também apurou quedas significativas, casos do açúcar (21,51%), óleo de cozinha (21,27%), cebola (20,33%), feijão (20,20%), café (8,32%) e arroz (6,17%).
No grupo Transporte, o Dieese destaca aumenta de 4,84% para o álcool, 6,2% na gasolina e 15,34% no diesel. Em Habitação, os serviços domésticos aumentaram 13,55%, a mão de obra da construção civil cresceu 11,87%, o condomínio subiu 7,64%, o gás de botijão aumentou 7,09% e o gás de rua, 6,49%.
Em dois anos, com inflação acumulada de 12,84%, os serviços aumentaram 13,8%, enquanto os bens subiram 11,8%. No caso da alimentação, por exemplo, a alta total foi de 17,3%, chegando a 20,3% nos serviços. Para o instituto, o fato de os serviços aumentaram sistematicamente acima dos bens “pode, em parte, ser justificado por estes preços oferecerem pouca margem de negociação, tal como ocorre com os serviços de educação, saúde, transporte, eletricidade, água e esgoto, serviços domésticos, telefonia, gás de rua, comunicação entre outros”.