Senador assume cadeira ocupada por Rogério Sottili e afirma que a cada momento ocorrem na cidade ‘problemas relativos aos direitos humanos’
São Paulo – O senador Eduardo Suplicy vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, no lugar de Rogério Sottili. “Nesta cidade de 12 milhões de habitantes, a cada momento estão ocorrendo problemas relativos aos direitos humanos”, disse, no final da manhã de hoje (20), ao sair da prefeitura, sobre os desafios do cargo.
Segundo ele, há vários problemas com os quais sua pasta deve se preocupar cotidianamente: “Seja a questão dos imigrantes, ou das drogas, as relativas aos negros, à população de rua, sejam os problemas que ocorrem no sistema de transporte coletivo, tudo aquilo que possa trazer alguma ofensa aos direitos humanos, nesta cidade que tem o tamanho de um país, há problemas sem parar”.
À imprensa, o senador também falou da identificação com o governo de Fernando Haddad, o que já havia dito pela manhã em sua página no Facebook. “Tenho grande afinidade com o prefeito”, declarou. “Avalio que o seu governo tem extraordinária seriedade e quero cooperar ao máximo com ele.” Na rápida entrevista, ele ainda mencionou o atual titular da secretaria. “Minha preocupação foi com o secretário Rogério Sottili, que tem realizado um trabalho da melhor qualidade. Tenho muita amizade e afinidade com ele”, disse Suplicy. Sottili e o novo secretário vão se reunir amanhã para falar de assuntos relativos à pasta.
Com o convite a Suplicy, Haddad mexe mais uma peça no tabuleiro eleitoral para tentar a reeleição em 2016. Na semana passada, ele deu posse ao novo secretário municipal de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB). A nomeação levantou suspeitas de uma suposta dobradinha para a sucessão municipal; mas eles desconversaram.
“Isso é uma discussão para o ano que vem. Uma dobradinha depende de uma série de fatores, dos partidos que fazem aliança. Não discutimos sobre isso. Discutimos uma aproximação maior para trabalhar pela educação de São Paulo”, afirmou Chalita. “Esse tipo de especulação por parte de analista é compreensível. Mas (o analista) não falou comigo nem com Chalita”, disse Haddad.
A indicação de Suplicy para a pasta de Direitos Humanos é um reconhecimento à história de lutas do ex-senador, que não conseguiu se reeleger nas eleições de 2014 e a partir do próximo mês passa o cargo para o tucano José Serra.
Nos últimos dias, Suplicy também se manifestou no Facebook contra a pena de morte, em função da execução do brasileiro Marcos Archer Cardoso Moreira na Indonésia, condenado à pena capital por tráfico de drogas.
“Apoio o esforço da Anistia Internacional, da presidenta Dilma e do Papa Francisco em demonstrar que a pena de morte não é a melhor forma de prevenir a criminalidade. Cada vez menos países a adotam. Marcos Archer Cardoso Moreira se dizia arrependido, após 11 anos de prisão e a morte de sua mãe, queria voltar ao Brasil e se dedicar a um trabalho humanitário contra as drogas. É preciso persuadir o governo da Indonésia – antes da execução de Rodrigo Muxfelt Gularte – que há formas mais eficazes de se demonstrar o quanto as drogas fazem mal à saúde”, disse Suplicy.