Ação em São Paulo é um esquenta para a Marcha das Margaridas que ocorre em agosto em Brasília
No dia 17 de julho ocorrerá na capital paulista o Sarau das Margaridas. A iniciativa é do Coletivo de Mulheres Trabalhadores da CUT-SP. A atividade será das 18h30 às 21h30, no Café dos Bancários, localizado na Rua São Bento, 413, no centro da cidade de São Paulo.
A atividade em São Paulo é um esquenta para a sexta edição da Marcha das Margaridas que ocorrerá nos dias 13 e 14 de agosto em Brasília. A marcha conta com a parceria de organizações sociais e movimentos populares, de mulheres e sindical, entre os quais a CUT, e é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).
Pela primeira vez, a atividade terá financiamento coletivo por meio da plataforma Benfeitoria (clique aqui). As contribuições são a partir de R$20. Segundo a plataforma, cada R$ 100 arrecadados garantem a participação de três mulheres.
A entrada para o Sarau é de R$ 10, uma contribuição que ajudará as mulheres de São Paulo a participarem das atividades em Brasília. Entre os músicos já confirmados estão Beth Amin, Edvaldo Santana, Joana e Jean Garfunkel. Os Poetas do Tietê e a poetisa Thata Alves estão também entre as atrações, além da performance teatral “Palavra ocupação”, do ator Dinho Lima Flor, da Cia do Tijolo. Depois o palco será aberto para a participação de artistas que estiverem no sarau e quiserem se inscrever para alguma apresentação.
Uma das organizadoras do evento, Deise Capelozza reconhece a importância desta atividade e destaca a liderança das mulheres na atual conjuntura política brasileira como um instrumento de resistência.
“As mulheres têm esta percepção do presente e do futuro. Todas as construções do passado, inclusive, as ferramentas democráticas que temos em nossas mãos, hoje também são fruto de nossa luta e de mulheres que nos antecederam. Neste sentido, a arte é também resistência e une as pessoas, atravessa os muros, vai além da existência dos próprios movimentos. É nesta linha que o nosso sarau tem sido construído, bem como para dar visibilidade à Marcha das Margaridas que é uma ação que deve envolver toda a sociedade, de norte a sul do país.”, diz a dirigente, que hoje ocupa a presidência do Sindicato dos Trabalhadores da Produção, Transporte, Instalação e Distribuição de Gás Canalizado do Estado de São Paulo (Sinergia Gasista).
Secretária de Mulheres da CUT São Paulo, Márcia Viana também explica o que a marcha representa às trabalhadoras. “A marcha tem a ver com a resistência das mulheres do campo, da cidade, das florestas e das águas. Não é à toa que faz uma homenagem a uma sindicalista lutadora que morreu assassinada. Margarida somos todas nós”, afirma.
Márcia se refere à Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande na Paraíba, sindicalista que dá o nome à marcha. A mando de latifundiários, ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983. Ela defendia, entre outras bandeiras, os direitos dos trabalhadores e o fim da violência no campo. Sua frase “é melhor morrer na luta do que morrer de fome” ficou popularmente conhecida. Ela acreditava na justiça, na transformação pela educação e dizia que as mudanças sociais não dependiam apenas de governos, mas da ação de todas as pessoas, em todas as áreas.
Clique aqui para confirmar presença no Sarau das Margaridas.