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Acampamento do Levante Popular da Juventude foi o programa do feriadão

“Há exatos 800 dias começava em Santa Cruz do Sul o 1º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude”, relembra a militante Lira Ali durante a abertura do 2º Acampamento Nacional. Fazendo uma retrospectiva do que foi realizado nesse período e já vislumbrando os próximos passos, cerca de três mil jovens deram início ao 2º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude.

Enquanto algumas delegações ainda chegavam, no primeiro dia a mística de abertura resgatava a luta e a história do povo brasileiro: índios, negros e aqueles que lutaram pela democracia durante a ditadura militar. Foi um momento emocionante não só para aqueles que já constroem o movimento, mas também para aqueles que estão conhecendo o Levante. A mística demonstrou a íntima ligação que o Levante tem com as origens do povo brasileiro.

Assim aconteceu o segundo Acampamento nacional do Levante: com muita animação e também com toda juventude comprometida em garantir os acordos coletivos, que vão desde o cuidado com o espaço até o cumprimento dos horários e o companheirismo entre os participantes.

A primeira noite foi encerrada com apresentações do grupo Veneno H2 e do rapper GOG. A noite cultural dedicada ao rap agitou ainda mais a juventude, com músicas que falam da realidade do jovem da classe trabalhadora e motivam a organização e o protagonismo como forma de transformar a realidade.

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Análises de conjuntura e oficinas de Agitprop

O segundo dia do Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude teve início com uma mesa de análise de conjuntura intitulada “A realidade do povo hoje e o Projeto Popular”. Compuseram a mesa Paola Estrada, representante da Alba; Cristian Zerpa, deputado da Assembleia Nacional da Venezuela; Ricardo Gebrim, da organização nacional do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Thiago Ferreira, diretor de políticas educacionais da União Nacional dos Estudantes.

Em análise de conjuntura internacional, Paola reafirma como central o caráter antimperialista nos processos de luta por transformação social. Aponta ainda os Estados Unidos como principal representante do imperialismo, agindo como desestabilizador de soberanias nacionais, sendo portanto o principal inimigo a ser combatido.

O deputado Cristian Zerpa saudou o Levante Popular da Juventude ao ressaltar a importância do protagonismo dos jovens nos processos de transformações estruturais necessárias para construir uma sociedade mais justa. Afirmou ainda que “aqui está se formando a classe política que vai dirigir a América Latina”.

O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político também foi pautado durante a mesa. Segundo Gebrim, após as manifestações de junho e julho de 2013 o Brasil passou a vivenciar um período de ascenso nas lutas sociais de massa, o que o que abriu caminho para que o debate sobre uma reforma política fosse projetado nacionalmente. Gebrim defende a Constituinte pela Reforma Política pois acredita que “neste momento, tocar na Constituição é mexer com a democracia, é transformar um sistema político que é filhote da ditadura”.

Finalizando a mesa, Thiago analisa o protagonismo da juventude na política como fundamental para os processos de mobilização de massa. Analisa ainda as mobilizações que vem ocorrendo em torno da Copa do Mundo, apontando que “essa confusão ao redor da Copa, não põem em xeque a questão central da política. Somente transformando o sistema político é que resolveremos a questão do poder”.

As oficinas ocuparam o período da tarde com criatividade e animação. Foram realizadas 123 oficinas divididas em cinco eixos temáticos: meio ambiente, práticas corporais, artes visuais, formação e práticas musicais. As oficinas instrumentalizam os militantes para intervirem na sociedade por meio de ações de agitação e propaganda, através das quais as pautas do movimento são projetadas socialmente. Mais do que um espaço de lazer, as oficinas cumprem um papel de formação política para os militantes.

No encerramento da noite ocorreu um ato político onde diversas forças saudaram o Levante Popular da Juventude. Estiveram presentes representantes da Marcha Mundial das Mulheres, Via Campesina, Secretaria Nacional da Juventude, governo municipal de São Paulo, União Nacional dos Estudantes, Juventude do Partido dos Trabalhadores, Juventude da Central única dos Trabalhadores, Movimento Juntos, Consulta Popular, Movimento dos Pequenos Agricultores, Pastoral da Juventude Rural, Pastoral da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Rede Ecumênica de Juventude, Juventude da Central dos Trabalhadores do Brasil, Juventude Operária Católica, Movimiento Seamos Libres, Frente Popular Darío Santillan – Corriente Nacional, Movimiento de Participacion estudantil, Movimiento de Liberación Nacional – Tupamaros e Cristian Zerpa, deputado da Assembleia Nacional da venezuela.

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