Segundo Júlio Lancelloti, da Pastoral do Povo da Rua, guardas municipais entraram usando gás de pimenta e pistola de choque no local, onde diariamente almoçam cerca de 800 pessoas
Cerca de 20 integrantes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) invadiram na manhã desta sexta-feira (14) o Centro Comunitário São Martinho de Lima, na Mooca, região central de São Paulo – um espaço de convivência diariamente usado por pessoas em situação de rua para fazer refeições e higiene pessoal. O tumulto começou com os policiais tentando recolher pertences das pessoas no local, o que causou revolta.
Por causa da manhã chuvosa na capital paulista, os moradores buscaram refúgio no espaço de convivência São Martinho, invadido na sequência pelos policiais, que acabaram por agredir o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua. “A GCM veio com toda a força, jogaram gás de pimenta, me deram soco no estômago, cuspiram em mim, falaram coisas horríveis”, afirma o religioso.
O padre relata que os guardas municipais dispararam gás de pimenta e utilizaram pistolas de choque. “Eles não têm nenhuma tática para lidar com o conflito, eles acirram o conflito. Jogaram muito gás de pimenta”, diz Lancelotti. Segundo ele, os moradores de rua reagiram com pedras, atingindo um carro e um policial.
Diariamente, o centro recebe cerca de 800 pessoas em situação de rua na hora do almoço. O padre conta que os guardas da GCM invadiram inclusive a cozinha do local. “Quiseram me prender, me xingaram bastante, foi uma coisa horrível”, afirma Lancelotti.
Procurada pela reportagem, a GCM ainda não havia se manifestado sobre o incidente.
Assista ao vídeo da invasão: