Indígenas Guarani e Polícia Militar entram em acordo para a desocupação do terreno próximo à aldeia Jaraguá em São Paulo. A Polícia Militar pediu que a Tropa de Choque que mantinha a rua de acesso ao terreno fechada desde a manhã desta terça-feira (10) fosse retirada. Os indígenas permanecerão acampados em frente ao terreno até que a Justiça Federal decida sobre a questão.
O SinPsi faz parte da Rede de Articulação Psicólogos e Povos originários e em luta por terra e vem por meio desta nota defender o povo da Terra Indígena do jaraguá, importante foco de resistência dentro da cidade de São Paulo.
“O conflito que a Tenda e o prefeito Bruno Covas queriam não vai acontecer. Vamos continuar a resistência. O mandado de reintegração de posse é para dentro do terreno. Nós vamos ficar aqui na frente. E se a Tenda entrar aqui, nós também vamos”, anunciou o líder indígena Thiago Jekupé após o acordo.
Os Guarani Mbya questionam a falta de diálogo sobre obra, a inexistência de autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o processo de despejo ter sido autorizado por um tribunal estadual, quando a Constituição determina que causas indígenas são federais. “A Ocupação Yary Ty chega em fase crucial de resistência e sobrevivência, com a execução da ação de reintegração de posse, hostil e armamentada, contra um movimento de salva guarda da mãe natureza e do Nhanderekó Guarani (modo de vida e cultura)”, dizem os Guarani.
A população indígena ocupou a área da obra no início de fevereiro, depois da derrubada de aproximadamente 530 árvores pela construtora. Os indígenas alegam que o local é sagrado e acusam a empresa de desrespeitar a legislação, não ouvir as comunidades afetadas e de pretender derrubar milhares de árvores, impactando a sobrevivência da população Guarani Mbya.
O SinPsi celebra essa vitória momentânea, mas seguirá na luta por um mundo onde os povos originários do Brasil possam viver em suas terras e que a lógica do capital selvagem não se sobreponha ao bem estar e a sustentabilidade.
Com informações do Brasil de Fato e da Rede Brasil Atual