4 de fevereiro de 2019 marca 3 anos do brutal assassinato do psicólogo e militante histórico pela luta antimanicomial. Crime segue sem respostas
O dia 4 de fevereiro é uma data de grande pesar para a Psicologia no Brasil. Em 2019, completam-se três anos do assassinato do psicólogo Marcus Vinícius de Oliveira Silva, militante do movimento da luta antimanicomial e de direitos humanos, também conhecido como Marcus Matraga.
Marcus Vinícius foi assassinado no povoado de Pirajuía, município de Jaguaripe, no Recôncavo baiano e as circunstâncias de sua morte não foram desvendas até hoje. A motivação do crime teria sido a luta do psicólogo em defesa das populações mais vulneráveis em sua comunidade. Marcus atuava ao lado das populações ribeirinhas para preservação ambiental da área e na mediação de conflitos de terra entre indígenas e fazendeiros. Ele era uma liderança em defesa da preservação do mangue, de onde boa parte dos moradores da comunidade retira o sustento familiar.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) cobra justiça para o caso, reafirmando a importância da atuação de Marcus Vinícius para que a Psicologia brasileira assumisse a agenda de compromisso social e para que os direitos humanos se tornassem princípios basilares da atuação das(os) psicólogas(os). Sua luta não foi em vão.
Marcus Matraga
Graduado em Psicologia pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (1982), Marcus Vinícius era professor adjunto aposentado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Defensor incansável dos direitos humanos, Marcus foi militante da Reforma Psiquiátrica e da Saúde Mental no Brasil. Interessava-se ainda pela Clínica das Psicoses e pelo estudo das desigualdades sociais e subjetividade.
Integrou o Conselho Federal de Psicologia, em 1988 – 1989, 1992 – 1995, 1997 – 1998, 1998-2001 e 2004 – 2007. Também esteve em gestões dos conselhos regionais de Minas Gerais e da Bahia.
Foi coordenador do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) entre os anos de 2004 e 2007. No Conselho Nacional de Saúde (CNS) participou da Comissão Nacional de Saúde Mental, como representante do Fórum Nacional de Trabalhadores de Saúde (FENTAS). Foi, ainda, integrante da Comissão Nacional de Reforma Psiquiátrica de 1994 a 1997.
Que a lembrança de Marcus Vinícius e sua trajetória de vida continuem inspirando psicólogas(os) a seguirem os pilares dos Direitos Humanos como premissa profissional. Marcus Vinícius, presente!