1dez2025 Por Norian Segatto
No DIA MUNDIAL DE COMBATE À AIDS, 1 de dezembro, as entidades de saúde reforçam a meta global de Zero mortes em 2030, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A campanha global visa atingir as “Metas 95-95-95“, ou seja, garantir que em 2030, 95% das pessoas infectadas com HIV tenham conhecimento de seu estado, 95% estejam recebendo tratamento e 95% tenham carga viral indetectável, o que significa que o vírus não pode ser transmitido sexualmente.
“Atingir ‘zero morte’ não significa necessariamente erradicar completamente o vírus, mas sim eliminar a AIDS como uma ameaça à saúde pública, garantindo que as pessoas com HIV tenham acesso a prevenção, tratamento e cuidados de qualidade que lhes permitam viver vidas longas e saudáveis, prevenindo novas infecções e óbitos”, informa comunicado da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS).
O próprio organismo internacional, no entanto, adverte que essa meta pode não ser cumprida. Dados de diversos países mostram uma tendência de aumento do número de casos. No Brasil, segundo dados do Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde, publicado em 2024, houve um aumento de 4,5% no número de casos de infecção pelo vírus em relação a 2022. No total, foram registrados 46.495 novos casos de HIV em 2023.
Um momento importante para alcançar esse objetivo será a realização da 26ª Conferência Internacional sobre AIDS que acontecerá no Rio de Janeiro de 26 a 31 de julho de 2026. Trata-se do maior evento mundial sobre HIV e AIDS e ocorrerá em um cenário de drásticos cortes de financiamento para OMS – Organização Mundial de Saúde – promovido, principalmente, pelos Estados Unidos após a eleição de Donald Trump.
O desfinanciamento de programas da ONU foi abordado no episódio #48 do Podsin – Diálogos da Psicologia com a Sociedade, durante entrevista com Claudia Braga, professora da faculdade de medicina da USP, e a primeira brasileira a assumir a presidência do Grupo Assessor Estratégico e Técnico sobre Saúde Mental, Saúde do Cérebro e Uso de Substâncias da Organização Mundial da Saúde.
