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Morte de indígena reforça necessidade de demarcação de terras

Mais um assassinato de indígena ocorreu em Mato Grosso do Sul, no município de Caarapó. Desta vez, a vítima foi o adolescente da etnia Guarani Kaiowá da aldeia Tey’ikue, Denilson Barbosa, de 15 anos, que pescava com outros dois jovens na fazenda Sardinha, que fica ao redor da aldeia, quando foi alvejado por três pistoleiros no último sábado (16/2). O fato chama atenção, mais uma vez, para a importância de ações por parte do governo e da sociedade pela demarcação das terras indígenas.

Acredita-se que a motivação do crime tenha sido em decorrência dos conflitos existentes na área. Denilson foi abordado por três homens armados enquanto pescava na fazenda Sardinha, e não conseguiu escapar. O corpo do adolescente foi encontrado no domingo (17) na estrada vicinal a sete quilômetros do perímetro urbano da cidade, em um entroncamento conhecido como “Pé de Galinha”.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Humberto Verona, ressaltou que a violência contra povos indígenas é um fato recorrente e tem acontecido no Mato Grosso do Sul e em outras partes do Brasil. “A morte desse adolescente é um ato de violência e mais um chamado à sociedade para que a gente possa se mobilizar e garantir a demarcação de terras dessa população, que é urgente. Outras mortes podem acontecer se não tratarmos disso com rapidez”, afirmou.

De acordo com a Funai, cerca de 500 indígenas Guarani Kaiowá retornaram para a aldeia Tey’ikue, a qual a fazenda Sardinha está instalada. Nesta terça-feira (19), coordenador regional da Funai de Dourados, Vander Nishijima, se reuniu com o líder indígena da Aty Guasu, Tonico Benites, para levantar informações com a comunidade para investigar o caso. Nishijima está desde sábado no local para auxiliar as polícias Civil, Militar e Federal na perícia criminal.

O clima é de tensão na retomada da terra indígena e muitos índios temem novos ataques dos jagunços. Porém, eles decidiram resistir em protesto ao assassinato do adolescente Kaiowá Guarani e em defesa das terras tradicionais.

Demarcação já!

Para reforçar as ações pela demarcação de terra e defesa dos povos indígenas no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou a Campanha Somos 1 Milhão pela Demarcação das Terras Indígenas, que já conta com 657 assinaturas. O objetivo é coletar um milhão de assinaturas para pressionar o governo a agilizar a demarcação de terra dos povos indígenas no Brasil.

A campanha pretende alertar a sociedade sobre a triste realidade dos índios no Brasil, os quais são vítimas constantes de violência e sofrem com a falta de políticas públicas específicas. O movimento tem o apoio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Plataforma Dhesca, da Justiça Global, dos Juízes para a Democracia, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a assembleia Aty Guasu.

Para participar do movimento, basta clicar neste link e assinar a petição. O cartão postal poderá ser enviado para a Presidência da República, o Ministério da Justiça, a Secretaria Geral da Presidência da República, a Câmara dos Deputados e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Após o envio do cartão postal, você deve clicar no link assinar petição e preencher seus dados pessoais. Com isso, você fará parte do movimento por um milhão de assinaturas em favor das terras indígenas no Brasil.

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