O SinPsi repudia a forma como a prefeitura de São Paulo, na gestão do tucano João Doria Junior, vem tratando a população com sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas, principalmente na região conhecida como cracolândia.
A política pública da gestão anterior, focada na recuperação dessa população como sujeita de sua própria vontade, foi abandonada e substituída pela repressão e violência. Cabe lembrar das cenas tristes e inadmissíveis da Guarda Civil Metropolitana e da tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo agindo com truculência na cracolândia, que só fez espalhar os usuários pelas ruas adjacentes.
Agora, essa política excludente ganha um novo capítulo. Os hotéis da região da luz que estavam credenciados para abrigar os usuários de crack do programa De Braços Abertos estão sendo fechados, deixando centenas pessoas sem ter pra onde ir.
Na última quinta-feira (1) foi fechado o segundo hotel conveniado do programa, o Hotel Impacto. No dia 26, o Hotel Santa Maria foi fechado pela prefeitura desrespeitando recomendação por escrito da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Essa atitude, como de praxe truculenta e autoritária, deixou 66 pessoas, incluindo crianças, nas ruas da cidade e foi tomada sem nenhum diálogo com os envolvidos. O plano de prefeitura é fechar todos os sete hoteis cadastrados.
O acolhimento nos CTAs (Centro de Acolhimento Temporário) tampouco é satisfatório, já que as pessoas se queixam de falta de vagas ou de não poder ficar com seus objetos pessoais. Ou seja, a prefeitura está negando a elas um direito humano básico: o direito à moradia.
O SinPsi lamenta o modo como a Prefeitura de São Paulo e a secretaria municipal de Direitos Humanos e Cidadania tratam essa população que merece ter a sua autonomia respeitada