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Reforma Ortográfica: conheça as principais mudanças para os brasileiros

Reforma Ortográfica passou a vigorar no Brasil no dia 1.º de janeiro. De acordo com o prazo oficial, até 31 de dezembro de 2012 a adaptação deve ser feita de maneira completa. Até lá, as duas formas, antiga e atual, conviverão juntas, inclusive em concursos públicos, exames vestibulares e provas escolares. Para as escolas, a adesão à reforma deve ser feita até 2010.

A intenção do acordo é unificar o registro escrito nos oito países de língua portuguesa: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. Mais de 200 milhões de pessoas falam português em todo o mundo.

*Acentuação -* A supressão do acento agudo em paroxítonas com ditongos abertos “éi”, “ói” causa desequilíbrio porque não pode ser aplicada aos ditongos das oxítonas. Antes a acentuação era feita pelo som das palavras.

Para não errar, vale recorrer à classificação segundo a tonicidade, ou seja, relembrar as regras de acentuação das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Independentemente do fonema que automaticamente levava à acentuação.

*Hífen -* Não vai hífen nas palavras que perderam a noção de composição, mas uma lista de palavras com essa perda não aparece no Acordo Ortográfico. A noção de composição é subjetiva e deixa margem à dúvida. Exemplo de possível confusão: pára-quedas (antes) – Paraquedas (agora).

–*Principais mudanças:*–

*Trema*
Chega ao fim. É mantido apenas em palavras estrangeiras, como Müller e Bünchen; e seus derivados Mülleriano e Bünchiano. Exemplo: Conseqüência, agüentar, seqüestro e tranqüilo (antes); consequência, aguentar, sequestro e tranquilo (agora).

*Dupla grafia*
A reforma aceita dupla grafia em determinadas palavras se elas forem pronunciadas tal qual são escritas. Verbos como aguar, apaziguar, averiguar e enxaguar admitem dupla grafia: desaguo/deságuo, apaziguo/apazíguo, averiguam/averigúam e enxaguo/enxáguo.
Para diversas sequências de consoantes, conforme a pronúncia culta de cada país: afetar/afectar, fato/facto, caráter/carácter, concepção/conceção, contração/contracção, corrupto/corruto, onipotente/omnipotente e sutil/subtil.
Alguns verbos terminados em “-iar” derivados de substantivos terminados em “ia” e “io”: premio/premeio, negocio/negoceio, ansio/anseio, ódio/odeio e facto/fato.

*Acento agudo*
Desaparece nas paroxítonas dos “i” e “u” tônicos depois de ditongos: feiúra e bocaiúva (antes); feiura e bocaiuva (agora).
Não leva acento o “u”tônico de formas rizotônicas dos verbos arguir e redargüir: argúem e redargúem (antes); arguem e redarguem (agora).
Deixa de existir em palavras paroxítonas com ditongos abertos “éi” e “oi”: idéia, heróico, assembléia e platéia (antes); ideia, heroico, assembleia e plateia (agora).
Obs.: apesar de heroico não levar mais o acento agudo, a palavra herói continua a ser acentuada por se tratar de uma oxítona terminada em ditongo aberto.
É facultativo o emprego de acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito, em diferenciação à grafia do presente do indicativo: amámos, cantámos ou amamos e cantamos.

*Acento diferencial*
Não usa mais para diferenciar pára (flexão do verbo parar) de para (preposição), péla (verbo pelar) de pela (combinação de “per” + “la”), pêlo (substantivo) de pelo (combinação de “per” + “lo”).
Obs.: a forma verbal “pôr” continua com acento, para diferenciar-se da preposição”por”. O mesmo ocorre com “pôde” e “pode”.

*Acento circunflexo*
Palavras terminadas em “ôo” deixam de ser acentuadas: vôo, enjôo, perdôo e abençôo (antes); voo, enjoo, perdoo e abençoo (agora).
Formas verbais da terceira pessoa do plural terminas em “êem” perdem o acento circunflexo:
crêem, vêem e lêem (antes); creem, veem e leem (agora).
Obs.: não confundir com os verbos “ter” e “vir”e seus derivados, que continuam a ser acentuados no plural. Exemplo: eles têm, elas detêm.

*Hífen*
Expressões que perderam a noção de composição devem ser grafadas sem hífen: manda-chuva, pára-quedas, pára-choque (antes); mandachuva, paraquedas e pára-choque (agora).
Vai hífen quando s segunda palavra começa com “h” ou quando inicia com a mesma vogal que encerra a primeira: microondas, microorganismo, contra-almirante e auto-observação (antes); micro-ondas, micro-organismo, contra-almirante e auto-observação (agora).
Não usa quando a segunda palavra começa com “r” ou “s” ou com vogal diferente da que encerra a primeira: anti-semita, anti-religioso, auto-estrada, co-seno, ultra-sonografia e auto-escola (antes); antissemita, antirreligioso, autoestrada, cosseno, ultrassonografia e autoescola. Exceção: quando o “r” vem do prefixo hiper, inter e super. Exemplo: super-rápido.

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