Em um ano de execução no estado, programa já tirou mais de 1 milhão de pessoas da pobreza extrema
O Rio de Janeiro foi o pioneiro do Brasil a estruturar um plano estadual de superação da pobreza extrema, o Rio Sem Miséria. O trabalho, vinculado a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, será um dos 5 mil apresentados durante a 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontece entre os dias 20 e 22 de setembro, no Anhembi, em São Paulo.
Desde a implantação, em junho de 2011, a iniciativa atingiu 52 municípios e tirou mais de 1 milhão de pessoas da pobreza extrema por meio da transferência de renda. As famílias que fazem parte do programa são identificadas pelo Cadastro Único Nacional, caracterizadas em situação de vulnerabilidade, cuja verba per capita não chega a R$ 100.
A iniciativa visa ampliar a perspectiva de futuro dessas populações por meio do incentivo à permanência e à conclusão do ensino médio dos jovens de baixa renda, contribuindo para aumentar oportunidades de inclusão social e econômica. “Meu objetivo é fazê-las acreditar que essas chances podem servir para elas, que a realidade pode ser diferente. Isso afeta positivamente nas relações interpessoais e nos desejos existenciais”, define Aline Bieites, psicóloga que atua no programa.
Segundo Aline, apresentar o Rio sem Miséria na 2ª Mostra contribuirá para que essas populações específicas sejam foco de mais ações sociais. “O Rio é o estado que mais se desenvolve nessa área no Brasil e levar a experiência ao evento possibilita o intercâmbio de informações sobre o tema com outras localidades do País. Podemos fazer parcerias e estabelecer novos contatos para ampliar nossas ações”, prevê.
Por dentro do programa
Para alcançar tais objetivos, o Rio Sem Miséria se divide em três eixos, um deles é o Programa Renda Melhor, de transferência de renda destinado às famílias extremamente pobres. O outro é o Renda Melhor Jovem, uma poupança-escola anual, voltada aos jovens que tenham se matriculado na Rede Regular de Ensino Médio Estadual e que possuam menos de 18 anos.
O terceiro componente é a Gestão de Oportunidades Econômicas e Sociais, que promove a aproximação daqueles que vivem em situação de pobreza extrema e a economia do estado. “Faço avaliação das demandas em comunidades específicas, vejo o que as empresas podem oferecer e que sirva para atender a necessidade dessa população”, afirma Aline Bieites.
O programa tem parceiros de peso, entre eles a L’Oréal, que ministra cursos profissionalizantes de beleza e a Coca-Cola, que oferece cursos de varejo. “Os jovens já saem dessas atividades com perspectiva de 40% de empregabilidade. Isso tem mudado o cenário de pobreza no Rio”. A ação já formou quase 2 mil pessoas e mais de 400 conseguiram trabalho.