Os funcionários públicos da cidade de São Paulo se reúnem nesta quarta-feira, a partir das 10h, no Viaduto do Chá, região central de São Paulo, diante do gabinete do prefeito Gilberto Kassab para mais uma manifestação por respeito à campanha salarial de 2009. Os trabalhadores também protestarão contra o reajuste de 0,01% proposto pela gestão municipal.
O ato político comandado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) está marcado para às 14h.
O Sindsep, que representa cerca de 140 mil trabalhadores, apresentou uma pauta de reivindicação com 27 pontos. Além de um aumento salarial de 14,42%, o funcionalismo exige incorporação ao salário de todas as gratificações e extensão desse benefício aos aposentados e pensionistas, plano de carreira, cargos e salários, concurso público para todas as áreas e profissões do setor público municipal e cursos de formação e capacitação para os profissionais.
Como resposta à mobilização da categoria, Kassab resolveu disponibilizar os dados dos 161 mil servidores no site da prefeitura. Porém, a hipotética medida de transparência se deu de forma mentirosa. Além de ferir a privacidade dos trabalhadores, a divulgação dos é desonesta, já que o cadastro apresenta o valor bruto dos vencimentos, incluindo auxílio refeição, auxílio alimentação, vale transporte e outras gratificações descontadas do salário.
*Leia abaixo o manifesto do Sindicato:*
Ao mesmo tempo em que a Administração ameaça a Saúde e a Educação com as OSs consideradas ilegais pela Justiça, e é investigada por corrupção e por desvio de verbas dos precatórios, mais uma vez, a ladainha se repete e o índice de reajuste que Kassab irá anunciar será de ridículo 0,01%. Se você, servidor, fizer as contas, com esse “reajuste” não é possível comprar nem um pãozinho na padaria da esquina.
Por isso, a mobilização cresce nas unidades. Há um mês, o servidor usa uma fita vermelha presa à roupa, numa forma de protesto e de alerta à categoria e à população que a paciência se esgotou e, agora, o servidor, quer soluções.
Kassab transformou a maior cidade da América do Sul em um laboratório de teses repudiadas pelo País nas duas últimas eleições presidenciais. Apenas dois países da América do Sul (Peru e Colômbia) ainda seguem as mesmas teses; privatização, terceirização, arrocho salarial, retirada de direitos trabalhistas, não negociação com servidores e demissões em massa. Com a crise econômica provocada pela especulação financeira nos EUA, alguns empresários e governantes (incluindo Kassab) aproveitaram-se para tentar jogar nas costas dos servidores o ônus dessa crise. Soma-se a isso, o fato da penúria salarial ter se iniciado nos anos 80, quando o ex-prefeito Paulo Maluf “surrupiou” o índice de 81% de reajuste nos salários. De lá pra cá, nunca mais os salários foram reajustados condizentemente, mas arrochados impiedosamente.
Essa situação tem que ter um fim. Os servidores não podem ficar um ano em campanha salarial, sofrer todos os tipos de assédio em seu local de trabalho, ver sua promoção e progressão de carreira escorrer por entre os dedos por culpa da Administração, assistir ao noticiário sobre corrupção envolvendo o Executivo e vários vereadores e não tomar uma decisão firme e decida.
É bom lembrar que todos nós trabalhadores dos serviços públicos, estatutários e celetistas, e os aposentados estamos no mesmo barco. Se não nos unirmos nessa grande mobilização não conquistaremos nossas reivindicações. Por isso, desde já, a assembléia geral autorizou a direção do Sindsep a buscar alianças e unidade de luta com todas as entidades do funcionalismo, reavivando o Fórum Permanente das Entidades do Funcionalismo, para fortalecer a luta.