Ferramenta da UERJ analisa notícias envolvendo partidos políticos. Objetivo é dar transparência ao leitor sobre a cobertura da mídia no processo eleitoral
Você realmente sabe como a mídia faz cobertura do período eleitoral? Pensando na avalanche de informações que são transmitidas ao telespectador todos os dias, uma equipe do Laboratório de Pesquisa Mercadológica e de Opinião Pública da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) criou o ‘Manchetômetro’. Trata-se de um instrumento de cidadania que analisa as capas dos principais jornais do país: Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo e também o Jornal Nacional.
A ferramenta traz uma análise das notícias envolvendo os partidos políticos. A ideia surgiu nas eleições de 2010, quando ainda não existia o site. “Achamos que em 2014 seria legal criamos uma interface e dar publicidade às análises no mesmo dia que as matérias saem na mídia”, explica o cientista político e professor da UERJ, João Feres, que coordena o projeto.
Mais transparência
Segundo Feres, o principal intuito é dar transparência aos debates envolvendo candidatos. “Queremos colocar as coberturas jornalísticas numa perspectiva crítica”, observa. O site é atualizado diariamente, permitindo que as informações cheguem ao público de uma forma mais dinâmica. “Assim o usuário pode se atualizar sobre o que está sendo divulgado pela mídia”, diz. A maior repercussão do ‘Manchetômetro’ encontra-se em blogs especializados em política e nas redes sociais.
Equipe
Além de Feres, mais 13 pessoas estão envolvidas na criação e publicação de conteúdos no ‘Manchetômetro’. A equipe inclui graduandos, mestrandos e professores dos cursos de Ciências Políticas e Sociologia.
CBP
O professor João Feres fará uma palestra no Congresso Bbrasileiro de Psicologia (CBP), que acontece entre os dias 19 e 23 de novembro, em São Paulo, sobre a importância da comunicação para a democracia. “Precisamos pensar em maneiras de democratizar a comunicação no Brasil, baseado no cenário que pudemos observar com o ‘Manchetômetro’”, adianta.
Ele defende que existem dois modelos de pensar na teoria democrática, um pluralista e outro deliberacionista. O primeiro sugere que o leitor tenha à disposição uma vasta gama de fontes de opinião e informação, não apenas um conjunto restrito de opiniões na mídia. Já o outro modelo é mais estrito, idealiza a comunicação como algo isento de distorções, sem levar em consideração os interesses de mercado.
“De acordo com os dois critérios, a mídia falha bastante. Está concentrada em um gripo de opiniões restrito, voltado para posições do governo federal onde há grupos que se colocam como donos da rede”, considera João. “E o que isso tem a ver com a Psicologia? Todos os psicólogos são cidadãos e, portanto, estão envolvidos no processo de democratização da comunicação”, conclui.
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