Por Norian Segatto
O episódio 18 de PodSin – Diálogos da Psicologia com a sociedade – o convidado desse é o dr. Paulo Amarante, um dos mais importantes pesquisadores e ativista da luta antimanicomial.
Amarante é doutor em Saúde Pública com doutorado em Trieste (Itália), sob supervisão de Franco Rotelli, um dos fundadores da psiquiatria democrática italiana, falecido este ano, e pós-doutorado em Imola; é doutor honoris causa da Universidade Popular das Madres da Plaza de Mayo.
É autor e organizador de diversos livros autor e organizador de vários livros, dentre eles “Teoria e Crítica em Saúde Mental – Textos Selecionados”, “Loucos pela vida – A trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil”, “O Homem e a serpente – Outras histórias para a loucura e a psiquiatria”; “Psiquiatria Social e Reforma Psiquiátrica”, “Archivos de Saúde Mental e Atenção Psicossocial” 1 e 2, “Ensaios: subjetividade, Saúde Mental, Sociedade”, “Saúde Mental e Atenção Psicossocial”, “Saúde Mental Formação e Crítica”, “Psiquiatria sem Hospício”, “Saúde Mental Políticas e Instituições”, “Lugares da Memória”, “Teoria e Crítica em Saúde Mental”, “Loucura e Transformação Social – Autobiografia da Reforma Psiquiátrica no Brasil”. É fundador e presidente de honra da Abrasme, Associação Brasileira de Saúde Mental.
Nesta conversa com o Podcast ele denuncia o papel da indústria farmacêutica no que chama epidemia de diagnósticos, chama à responsabilidade profissionais da psiquiatria que prescrevem receitas indiscriminadamente, e conclama para a tomada de consciência e organização coletiva como forma de combater a patologização da vida. Enfaticamente, afirma que não há uma sede orgânica no corpo para o sofrimento mental, “é uma doença moral, da alma, quando o Psiquiatria se diz biomédica, é uma fraude”.
Caminhos coletivos
Paulo Amarante também é um entusiasta das manifestações coletivas culturais, esportivas e artísticas, para ele, essas práticas coletivas têm a potência de deslocar a pessoa e dar-lhe um pertencimento. Conheço dezenas de casos de pessoas que saíram do lugar de ser estigmatizada por conta de seu sofrimento mental e passaram a integrar coletivos de arte e cultura e isso mudou sua relação com o mundo e a sociedade.
Uma das experiências que Amarante relata é o da comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Ele afirma que se interessou especificamente por Manguinhos por estar muito próximo da Fiocruz, onde é pesquisador. Fez um projeto para atuar e dar voz àquela comunidade e colheu experiências sociais e inclusivas, que são mostradas no catálogo “Estratégias culturais em Manguinhos – olhares sobre o cuidado em saúde mental e o protagonismo dos moradores de favela“, organizado por Ana Paula Guljor, Silvia Monnerat, Paul Heritage e pelo próprio Paulo Amarante. O documento está disponível no link abaixo:
CATALOGO_26deSetembroPodSin – Diálogos da Psicologia com a sociedade é um projeto do SinPsi-SP em comemoração aos 50 anos da entidade, completados em agosto deste ano. A proposta do programa é conversar com pessoas de várias áreas, refletindo sobre a realidade contemporânea e a interface com a psicologia. Os episódios estão disponíveis na plataforma Spotify.
Confira abaixo a conversa com o dr. Paulo Amarante.