O auditório do Sindsep-SP ficou pequeno para receber a quantidade de servidores que, em pleno sábado de manhã, dia 9 de maio, vieram participar da assembléia geral da categoria. Segundo relatado, a indignação toma conta de todos nos locais de trabalho. Ao mesmo tempo em que a Administração ameaça a Saúde e a Educação com os consideradas ilegais pela Justiça, e é investigada por corrupção e por desvio de verbas dos precatórios, mais uma vez, a ladainha se repete e o índice de reajuste que Kassab irá anunciar será de . Se você, servidor, fizer as contas, com esse “reajuste” não é possível comprar nem um pãozinho na padaria da esquina.
Por isso, a mobilização cresce nas unidades. Há um mês, o servidor usa uma fita vermelha presa à roupa, numa forma de protesto e de alerta à categoria e à população que a paciência se esgotou e, agora, o servidor, quer soluções.
Kassab transformou a maior cidade da América do Sul em um laboratório de teses repudiadas pelo País nas duas últimas eleições presidenciais. Apenas dois países da América do Sul (Peru e Colômbia) ainda seguem as mesmas teses; privatização, terceirização, arrocho salarial, retirada de direitos trabalhistas, não negociação com servidores e demissões em massa. Com a crise econômica provocada pela especulação financeira nos EUA, alguns empresários e governantes (incluindo Kassab) aproveitaram-se para tentar jogar nas costas dos servidores o ônus dessa crise. Soma-se a isso, o fato da penúria salarial ter se iniciado nos anos 80, quando o ex-prefeito Paulo Maluf “surrupiou” o índice de 81% de reajuste nos salários. De lá pra cá, nunca mais os salários foram reajustados condizentemente, mas arrochados impiedosamente.
Essa situação tem que ter um fim. Os servidores não podem ficar um ano em campanha salarial, sofrer todos os tipos de assédio em seu local de trabalho, ver sua promoção e progressão de carreira escorrer por entre os dedos por culpa da Administração, assistir ao noticiário sobre corrupção envolvendo o Executivo e vários vereadores e não tomar uma decisão firme e decida.
Pelo que foi relatado na assembléia e pela disposição de luta da categoria, servidores da ativa e aposentados, essa situação irá se reverter nesta campanha salarial.
A partir de hoje, conforme decisão da assembléia, os servidores irão usar, além da fita vermelha todos os dias, uma peça de roupa preta todas as quartas-feiras e no dia do pagamento. Pode ser uma blusa, uma camiseta, um lenço, enfim, é preciso marcar esses dias e fazer esquentar, ainda mais, o clima nas unidades de trabalho para culminar numa grande mobilização que a assembléia decidiu realizar no próximo dia 3 de junho, às 14 horas, em frente à Secretaria Municipal de Gestão. O servidor, também neste dia, usará vermelho para demonstrar sua raiva contra a insensatez e o preto para demonstrar o luto pelo desprezo a qual é submetido a cada dia. Traga um pãozinho no ato para mostrar ao Kassab o quanto (não) vale o reajuste.
É bom lembrar que todos nós trabalhadores dos serviços públicos, estatutários e celetistas, e os aposentados estamos no mesmo barco. Se não nos unirmos nessa grande mobilização não conquistaremos nossas reivindicações. Por isso, desde já, a assembléia geral autorizou a direção do Sindsep a buscar alianças e unidade de luta com todas as entidades do funcionalismo, reavivando o Fórum Permanente das Entidades do Funcionalismo, para fortalecer a luta.