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Garantir participação social dos jovens é a prioridade da CUT/SP no Conselho Municipal de Juventude

Desde 2000, a Central Única de Trabalhadores do Estado de São Paulo promove a ampliação da participação de jovens trabalhadores em suas instâncias. Em 2004, o I Encontro Estadual da Juventude Trabalhadora culminou na criação do Coletivo Estadual da Juventude (CEJ). A realização do segundo encontro, três anos depois, consolidou o debate sobre temas como a ausência de programas estaduais e municipais para promover o primeiro emprego, a transferência da responsabilidade sobre o processo de ressocialização de jovens da Fundação Casa (ex-Febem) às ONGs (Organizações Não Governamentais) e o sucateamento da educação.

Em junho deste ano, uma antiga reivindicação da CUT/SP virou realidade: a formação de um Conselho Municipal de Juventude da Cidade de São Paulo. A posse da primeira gestão acontecerá no início de agosto e contará com um representante da Central, Carlos Pires Guimarães, suplente da área de educação e acesso a novas tecnologias.

O conselho é formado por 34 pessoas, sendo 17 indicadas pelos movimentos sociais e outras 17 pelo poder público. Apesar de ter caráter consultivo, Guimarães acredita que a presença maciça de conselheiros ligados ao campo progressista permitirá a pressão da sociedade civil para implementação das propostas debatidas. “Trata-se de um mecanismo para unir entidades interessadas em propor políticas públicas voltadas à juventude paulistana, algo que ainda não existe em nosso município”, destacou Guimarães. Ele acrescenta que a simples criação do conselho já representa uma vitória diante da conhecida aversão dos governos da cidade e do Estado de São Paulo ao diálogo.

Na área de educação, em que a CUT/SP atuará, Carlos Guimarães acredita que é preciso lutar para promover uma escola pública inclusiva e que ofereça um ensino crítico voltado à cidadania. “Para isso, a União, Estados e Municípios devem dividir responsabilidades no financiamento da educação. Iremos ainda combater a terceirização que tomou conta do ensino paulistano”.

*Ouvir para mudar*
O conselho terá como prioridade promover encontros nas diversas regiões da capital paulista para conhecer as necessidades e aumentar o poder de inserção dos jovens por meio da criação da Política Municipal de Juventude. Também irá monitorar as ações do governo federal como o Projovem e o programa Bolsa Trabalho e lutará para que a política de juventude esteja garantida no Plano Plurianual de 2010 a 2013.

“A gestão municipal adota uma postura de higienização social e não de inclusão. Com isso, a principal prejudicada é a população jovem de baixa renda. Ao invés de discutir formas de tirar crianças e adolescentes das ruas por meio da educação, da cultura e do emprego, observamos o prefeito Gilberto Kassab usar a segurança pública para tratar a questão e manter a cidade ‘limpa’. É contra essa forma de enxergar a juventude que a CUT/SP lutará dentro do conselho”, afirma Luciana Chagas, Secretária da Juventude da CUT/SP.

No início deste mês, a Organização Internacional de Trabalho (OIT) divulgou informações sobre a situação dos jovens no Brasil. O estudo realizado entre 1992 e 2006 constatou inserção precária da população jovem (15 a 24 anos) no mercado de trabalho e taxas elevadas de desemprego e informalidade.
Segundo análise da OIT, para transformar essa situação é preciso elevar a escolaridade, combater a evasão escolar, melhorar a qualidade do ensino e ampliar as oportunidades de educação profissional, técnica e tecnológica.

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