Após sobreviverem ao terremoto que arrasou parte do país, os chilenos terão de enfrentar outra dificuldade: superar o trauma de perder parentes ou ter que abandonar a casa onde estiveram por toda uma vida.
Para ajudar essas pessoas a recomeçar do zero, um grupo de psicólogos voluntários se organizou, por meio da internet e de programas de relacionamento como Facebook, para percorrer as regiões mais afetadas. Foi criado até um site para quem deseja se juntar à iniciativa: www.psicologosvoluntarios.bligoo.cl.
Uma das voluntárias é Lilian Garate, que veio junto com um grupo de oito pessoas de Santiago para a região ao redor de Concepción, a mais afetada pelo tremor e também pelo tsunami. “Somos uma organização que surgiu de forma espontânea durante essa semana e que pretende prestar assistência psicológica de emergência a todos os afetados pelo terremoto”, disse Lilian.
“A ideia é ir às áreas afetadas para dar uma contenção emocional para ajudar as pessoas a se reestruturar neste momento em que toda sua vida foi para o chão, não só casas, mas também o trabalho e todos os projetos”, explicou a psicóloga, que é chilena, mas viveu boa parte de sua vida no Brasil.
“É normal encontrar nesses momentos muitos quadros associados à síndrome do pânico, principalmente por causa das réplicas [tremores menores], e casos relacionados ao estresse pós-traumático. As pessoas podem superar isso com maior ou menor grau de sequelas, mas para quem já tem um desequilíbrio prévio, isso pode ser como a gota que faz transbordar o copo”, disse.