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Ato em SP lembra vítimas da ditadura e cria comitê por Comissão da Verdade

A Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta segunda feira (5) uma Sessão Solene para comemorar os 32 anos da Lei da Anistia, os 10 anos da Comissão da Verdade e os 21 anos da abertura da vala clandestina de Perus, onde foram encontradas 1.049 ossadas de indigentes, presos políticos e vítimas da ditadura e de esquadrões da morte. A iniciativa foi do vereador Ítalo Cardoso, líder do PT na Casa, e do deputado estadual Adriano Diogo (idem).

“A Lei da Anistia, a criação da Comissão da Verdade, a abertura da Vala de Perus, são ações que tiveram o intuito de chamar a atenção da sociedade para a necessidade de o Congresso aprovar a apuração efetiva das responsabilidades durante os regimes de exceção no Brasil, junto com a abertura dos arquivos guardados durante a ditadura militar”, disse Cardoso.

“Esse ato é a conclusão de um processo que não se encerrou ainda para aqueles que sofreram as consequências diretas da ditadura. E é um momento significativo, pois tramita em Brasília o Projeto de Lei 7376/10, que cria a Comissão da Verdade no país. Deve-se lembrar ainda que a Câmara tem um papel destacado na luta pela abertura dos arquivos daquele período”, completou.

Durante a solenidade foi feito também o lançamento oficial do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, lançado em agosto. O comitê é formado por diversas entidades que lutam pelo esclarecimento dos crimes cometidos durante a ditadura militar e que sentiram necessidade de organizar suas forças e pretende acompanhar de maneira crítica a instalação e o funcionamento da Comissão da Verdade.

“O Comitê representa a oportunidade de fazer o resgate histórico daquele período. Há muito coisa escondida ainda. Queremos que sejam estabelecidas a verdade e a justiça, para que as próximas gerações saibam que houve uma ditadura sangrenta que perpetrou crimes de lesa humanidade em seus porões”, disse a jornalista Rose Nogueira, presidente do grupo Tortura Nunca Mais.

Ítalo Cardoso enumerou a importância do comitê e das ações para resgatar as verdades históricas dos períodos mais turbulentos do país. “É importante que os jovens fiquem sabendo desses fatos, que eles escrevam e reflitam sobre o assunto, fazendo com que as gerações futuras não tenham que passar o que passamos.”

Também participaram da solenidade os vereadores Jamil Murad (PCdoB) e Juliana Cardoso (PT), membros da subcomissão de Direitos Humanos pela Abertura dos Arquivos da Ditadura Militar da Câmara Municipal de São Paulo.

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