Em 2011, o rendimento médio real das mulheres ocupadas na região metropolitana de São Paulo aumentou mais do que o dos homens, segundo pesquisa divulgada nesta terça (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). No ano passado, o rendimento médio das mulheres chegou a R$ 1.221 e o dos homens a R$ 1.796. De acordo com o estudo, na análise do rendimento médio real por hora (homens têm jornada semanal média de 44 horas e as mulheres de 39 horas), as trabalhadoras apresentaram maior percentual de aumento.
Para as mulheres, esse valor era R$ 7,32, em 2011, 2,4% superior ao registrado no ano anterior. Já entre os homens, o valor equivalia a R$ 9,54, ligeiramente maior (0,4%) do que em 2010. Essa diferença no ritmo de crescimento dos rendimentos recebidos por mulheres e homens aproximou os respectivos valores. Em 2010, o valor médio por hora das trabalhadoras correspondia a 75,2% do recebido pelos trabalhadores e, em 2011, esse porcentual subiu para 76,7%.
Segundo os economistas das duas entidades, o aumento do rendimento médio real por hora, no caso das mulheres, refletiu a elevação no comércio e nos serviços domésticos, possivelmente influenciados pelos reajustes do salário mínimo e dos pisos regionais. Nos serviços, houve redução e, na indústria, verificou-se relativa estabilidade dos rendimentos por hora recebidos pelas mulheres. Para os homens, houve crescimento apenas no rendimento pago na indústria.
Na indústria, o rendimento médio por hora das mulheres, que em 2010 correspondia a 70,4% do masculino, passou a equivaler a 69,1%, em 2011. No comércio, essa relação aumentou de 77,9% para 81,4% e, nos serviços, diminuiu de 82,6% para 81,1%, no mesmo período.
Por posição na ocupação, o rendimento médio real por hora das mulheres aumentou de forma generalizada, exceto para as assalariadas no setor público (redução de 4,8%). Entre as assalariadas do setor privado com Carteira de Trabalho assinada houve aumento de 2,5% e, para aquelas sem carteira, acréscimo de 7,3%. O rendimento por hora das trabalhadoras autônomas pouco se elevou (0,9%). Entre os homens, o salário médio por hora cresceu entre os ocupados no setor público e no setor privado com carteira assinada, mas diminuiu entre os sem carteira. Os rendimentos dos autônomos também aumentaram.
Participação das mulheres no mercado de trabalho tem leve queda
A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho na região metropolitana de São Paulo registrou uma pequena queda, de 2010 para 2011. O total de mulheres em idade economicamente ativa com atividade remunerada passou de 56,2% para 55,4%. Entre os homens, a taxa manteve-se praticamente estável e oscilou de 71,6%, em 2010, para 71,3%, em 2011.
De acordo com o levantamento, pelo oitavo ano consecutivo, diminuiu a taxa de desemprego total feminino (14,7% para 12,5%, entre 2010 e 2011). Movimento semelhante ocorreu entre os homens, cuja taxa de desemprego total retraiu-se de 9,5% para 8,6%, no período. A geração de novas oportunidades de trabalho foi mais intensa para as mulheres do que para os homens, 2,5% e 1,5% de crescimento, respectivamente. Entre as mulheres, cresceu o número de ocupações nos serviços (4,6%) e no comércio (4,2%), mesmos setores em que os homens também encontraram novas vagas.
As ocupações geradas para mulheres e homens foram, sobretudo, com carteira de trabalho assinada no setor privado, no setor público e como empregadores. Segundo os economistas do Dieese e Seade, a expansão deste tipo de ocupação incidiu positivamente no comportamento do rendimento médio real por hora, tanto para as mulheres (aumento de R$ 7,14 para R$ 7,32) quanto para os homens (de R$ 9,49 para 9,54).
O crescimento mais acentuado nos rendimentos femininos provocou leve redução da diferença entre esses dois segmentos: enquanto em 2010 os valores médios auferidos pelas mulheres correspondiam a 75,2% dos obtidos pelos homens, em 2011 essa proporção passou para 76,7%.