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Milhares no Anhangabaú comemoram o Dia do Trabalhador: menos juros, mais trabalho decente

Atos inter-religioso, político e muitos shows musicais no Primeiro de Maio da CUT em São Paulo

Foi só o tempo abrir para o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, se transformar num mar de gente disposta a comemorar o Dia do Trabalhador/a promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), com público estimado em 120 mil pessoas. A terça-feira, que começou com ato inter-religioso (veja reportagem), continuou atraindo cada vez mais público com as apresentações de artistas como Paula Fernandes, Renato Borghetti e Elba Ramalho, entre outros.
A ausência de chuva e o feriadão também colaboraram para lotar a feira gastronômica, outra atração do evento, onde era possível provar pratos típicos das cinco regiões brasileiras a preços populares. Se no dia anterior a receptividade às delícias culinárias já havia sido boa, dessa vez houve até quem enfrentasse fila para experimentar um saboroso salgado ou docinho.
Nesse 1º de Maio, que teve como lema “Diversidade no Brasil e no Mundo. Um olhar de cinco jeitos”, ganhou destaque ainda o plebiscito pelo fim do imposto sindical, cobrança combatida pela CUT, que desde sua origem defende a liberdade e autonomia sindical e realiza campanha pela extinção do imposto obrigatório.
Conquistas
O ato político teve início por volta das 16h30. Dele participaram os presidentes da CUT nacional e estadual, Artur Henrique e Adi dos Santos Lima, respectivamente; José Lopes Feijóo e Gilberto Carvalho (pela secretaria geral da Presidência da República); Brizola Neto, que deverá assumir o Ministério do Trabalho nesta quinta-feira; o presidente do PT nacional, Rui Falcão, e os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e Celso Russomanno (PRB).
Artur destacou a importância de os trabalhadores organizarem suas entidades sindicais com liberdade, enquanto Falcão lembrou os bons motivos que hoje existem para comemoração na data, pelos avanços e conquistas obtidos nas últimas décadas. Gilberto Carvalho, por sua vez, anunciou o que já pode ser considerado mais um passo nesta caminhada: a disposição do governo em negociar a isenção de cobrança do Imposto de Renda na Participação nos Lucros e Resultados. O futuro ministro do Trabalho, Brizola Neto, saudou a legitimidade da CUT, enquanto Haddad, questionado sobre o papel dos prefeitos na pauta dos trabalhadores, apontou a importância do diálogo.
Menos juros, mais trabalho decente
A necessidade de reduzir dos juros bancários também foi ressaltada pela maioria dos participantes no palco do ato político. O presidente nacional da CUT pediu “menos juros no cartão de crédito, menos juros no cheque especial; mais consumo e mais desenvolviment para o país”. Artur Henrique destacou, ainda, que é possível comemorar o crescimento do trabalho com carteira assinada, formalizado, “mas agora é preciso discutir a qualidade do trabalho. Não basta que o Brasil seja a sexta economia do mundo, é preciso ter trabalho decente, com liberdade e autonomia sindical”, afirmou.
Ao final, o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, fez um balanço da atividade promovida pela central no Vale do Anhangabaú. “Foi um sucesso em muitos sentidos, tanto na quantidade de público presente quanto na qualidade dos músicos e demais atrações”, apontou. Além desse caráter festivo, ele lembra que foi possível “refletir sobre a plataforma dos trabalhadores e trabalhadoras, que hoje têm muitos motivos para comemorar seu dia, pela redução do desemprego, crescimento do nível de emprego e a economia forte hoje existente no Brasil”. E conclui: “Claro que ainda temos muitos desafios pela frente, como melhorar a qualidade do emprego e investir na capacitação e formação profissional, mas certamente tivemos hoje aqui uma festa, uma grande celebração”.

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