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Coletivo Sindical de Psicólog@s Negr@s planeja ação para a 2ª Mostra de Psicologia

Reunidos pela segunda vez na noite desta quarta-feira (29/8), o Coletivo Sindical formado por psicólogos e psicólogas negros de São Paulo decidiu preparar ações para a 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontece de 20 a 22 de setembro, no Anhembi, na capital paulista.

A 2ª Mostra, que celebra os 50 anos da profissão de Psicologia no Brasil, contará com a apresentação, por meio de painéis e vídeos, das práticas em Psicologia em 19 áreas de atuação e em 14 Processos de Trabalho.

Uma das ideias é abordar as dificuldades em início de carreira, que o psicólogo Marcelo de Jesus definiu como “caminhada solitária”. Formado há menos de um ano, Marcelo disse se interessou pelo Coletivo por haver possibilidade de mobilização pós-universidade pelo fim do preconceito dentro do campo da psicologia.

“Trabalho com comunidades carentes. É incrível a surpresa nos rostos quando digo que sou psicólogo. Chegam a chamar os vizinhos para ver o psicólogo negro que chegou à favela. A psicologia ainda é vista como algo para poucos, tem origem elitista”, comentou.

E se na universidade, principalmente na São Francisco, de onde vem a maioria dos componentes do coletivo de negros, a mobilização política é forte, do lado de fora a força dos ex-estudantes se isola, pois cada um segue seu rumo e o debate muitas vezes se perde. O Coletivo Sindical é uma alternativa legítima de recuperá-lo.

É o que pensa Ronaldo Alexandre, que trabalha com Recursos Humanos, apesar de sonhar em atuar na área social. 

“Cheguei a encontrar colegas da faculdade que pareciam ter esquecido toda a luta política do curso da UNEAFRO. Alguns fazendo o discurso do opressor. Ser um psicólogo negro não é fácil. Sempre transitei em lugares elitistas e sei muito bem disso. E nesses lugares os únicos negros são sempre o faxineiro e eu”, contou.

O presidente do SinPsi, Rogério Giannini, exaltou a satisfação de poder proporcionar esse espaço de debate sobre o mundo do trabalho do psicólogo negro, já que o preconceito é um construção social e política.

“Aqui não se trata mais de quem é negro e quem não é. Nosso Coletivo Sindical abre essa possibilidade de debate. O sindicato é um espaço político apropriado. Afinal de contas, o que nos sustenta como categoria que saiu da elite e foi para o povo foram as políticas públicas”, avaliou Giannini.

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