A opressão ao povo palestino durante o domínio de sua região pelo Império Otomano e durante a ocupação do país pelos ingleses após a Primeira Guerra Mundial, aumentou quando os sionistas decidiram criar o Estado de Israel na Palestina. A comoção provocada pelo holocausto judeu durante o período nazista favoreceu a aprovação da Resolução da ONU, que em 1948 determinou a divisão do território em duas partes, ficando uma para os judeus (56,4%) e outra para os palestinos (42,9%).
No entanto, a guerra travada pelos israelenses com os países árabes vizinhos para assegurar a posse da terra atribuída pela ONU possibilitou que ocupassem mais de 77% do território em menos de um ano e a íntegra da Palestina durante a “Guerra dos Seis Dias” na década de 1960.
Diversas Resoluções da ONU registram a ilegalidade destas ocupações e insistem na devolução dos territórios palestinos ocupados aos seus legítimos donos, resoluções estas, sucessivamente ignoradas pelo Estado de Israel.
Os crimes cometidos pelos nazistas contra os judeus não podem ser pagos pelo povo palestino que perdeu sua pátria, vive aterrorizado com os bombardeios, foguetes e ataques que destroem suas casas, os expulsam de suas propriedades e matam civis – mulheres e crianças também são exterminadas sem piedade. Nos últimos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza, ocorridos este mês, centenas de crianças e mães morreram ao terem suas casas bombardeadas, como já ocorreram em tantas outras ações de Israel contra o povo palestino. A violência deste mês só parou por pressão internacional.
Para que o mundo, o Oriente Médio, Israel e a Palestina tenham paz é preciso restabelecer os direitos do povo palestino de acordo com as resoluções da ONU de devolução dos territórios ocupados e o respeito à vontade reiterada nos Acordos de Oslo da conformação de “Dois Povos – Dois Estados”.
A CUT repudia veementemente a intervenção militar e o assassinato indiscriminado de civis, especialmente mulheres e crianças palestinas. Está na hora de o mundo se unir para acabar com este extermínio e devolver ao povo palestino suas terras, seu país.
Aos trabalhadores palestinos e israelenses não interessa a guerra entre os dois povos. Onde há conflito armado não há liberdade sindical e muito menos respeito aos direitos dos trabalhadores, seja qual for a sua nacionalidade. A continuidade do conflito não interessa apenas aos radicais que só veem a violência como solução para defender seus interesses geopolíticos, mas interessa também àqueles que se aproveitam da precariedade e da miséria advinda da guerra para explorar ainda mais os trabalhadores e fazer da morte, ferimentos e desabrigos um fator de lucratividade.
Se a comunidade internacional por intermédio da ONU decidiu dar um Estado a Israel, da mesma forma ela tem a obrigação de viabilizar o Estado da Palestina, garantindo-lhe a necessária extensão territorial e o direito à sua soberania nacional. Infelizmente, no ano passado os Estados Unidos vetaram no Conselho de Segurança da ONU a resolução que permitiria acolher a Palestina como Estado membro das Nações Unidas. Esperamos que nos próximos dias a Assembleia Geral da ONU, pelo menos, acolha o Estado Palestino como “Estado Observador”.
Neste sentido, a CUT e todas as entidades que lutam pelos direitos humanos vão realizar um Fórum Social Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre, entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro.
O objetivo é discutir estratégias de luta para transformar a solidariedade ao povo palestino em ações práticas que envolvam e comprometam os países que fazem parte da ONU.
Vamos denunciar a opressão e as agressões que veem sendo cometidas contra os palestinos que vivem confinados na Faixa de Gaza e Cisjordânia e exigir o imediato reconhecimento dos seus direitos fundamentais.
Contra o militarismo e a violência de Israel, a ONU tem a obrigação de aglutinar os países do mundo para garantir o reconhecimento e os direitos do Estado Palestino.
Todo apoio aos trabalhadores e ao povo palestino!
Vagner Freitas – Presidente Nacional da CUT