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Redução de danos é a melhor opção para diminuir abuso de drogas, dizem profissionais

É só pensar em uma escola, quando a instituição quebra o paradigma de que o profissional sabe tudo e o aluno não sabe de nada. O aluno sabe metade, assim como o professor. Esse é um dos fundamentos da Redução de Danos”, relaciona Domiciano Siqueira, um dos fundadores da Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda), para exemplificar o que significa a política para os usuários de drogas.

Criada no final dos anos 1980, a fim de diminuir a transmissão da Hepatite e do vírus da AIDS, a iniciativa é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para minimizar os prejuízos na vida das pessoas que não conseguem deixar o vício de drogas, lícitas ou ilícitas. São várias as ações para tal: distribuir seringas para evitar doenças, conversar sobre os riscos de se consumir determinada substância, escutar a experiência individual de cada um, oferecer apoio psicológico, entre outras. 

A ideia é que, a partir do suporte do Estado, o usuário compreenda o porquê de seu uso, sua autonomia e a diferença entre a utilização e o abuso de entorpecentes, para que decida se deve parar com o consumo ou adequá-lo às suas atividades cotidianas, sem machucar a si mesmo ou aos seus familiares. 

Diversos fatores

“Não é retirando alguém da droga à força que acabaremos com o vício. A lógica de proibição, essa ‘guerra às drogas’, combate os usuários e não as drogas. É uma higienização que retira quem usa de um lugar onde a presença dele incomoda, mas que não lida com o problema diretamente”, analisa a psicóloga Laísa Silva, da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, instituição que trabalha em defesa dos Direitos Humanos. 

Quem reafirma a opinião é a também psicóloga Valéria Pacheco, que atua com a Redução de Danos na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Para a profissional, atitudes como a do prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), na Cracolândia, ignoram os motivos que levaram as pessoas até o vício, como o racismo, a opressão de gênero, o abuso sexual e a desigualdade. 

“São fatores da subjetividade de cada pessoa, numa sociedade na qual os direitos humanos são desrespeitados, que não democratiza o acesso à saúde física e mental”, diz. 

Legalização

Além disso, Vanessa esclarece que a Redução de Danos tem o objetivo da legalização das drogas. “Historicamente, a humanidade utilizou substâncias que produzem algum tipo de alteração do humor. A partir da regulação, de acordo com a terapeuta, é possível falar sobre as drogas em escolas, discutir sob o ponto de vista jurídico e cobrar políticas públicas de assistência. 

Tratamento humanizado em BH

A capital mineira é, desde a década de 1990, uma das referências em tratamentos que utilizam a Redução de Danos. A política é desenvolvida em Centros de Atenção Psicosocial e em Centros de Referência da Saúde Mental. A lista completa das instituições pode ser encontrada no site do Observatório Mineiro de Informações sobre Drogas. 

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