O SinPsi defende a prática da psicologia alinhada com os Direitos Humanos
Nesse 10 de dezembro é comemorado o dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948 na III Assembleia Geral da ONU. A declaração é composta de 30 artigos que garantem a todos os seres humanos o direito à liberdade, à vida, à segurança e à dignidade e inspirou inúmeras constituições pelo mundo, inclusive a brasileira, de 1988.
É impossível ler esses artigos e não lembrar do massacre ocorrido no último dia 1º na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, onde 9 jovens foram mortos após uma operação truculenta da polícia militar no Baile Funk da DZ7. Uma área da cidade em que esses direitos fundamentais são desrespeitados quase que diariamente.
Além disso, é necessário lembrar da a violência diária promovida pelo machismo, racismo e homofobia cada vez mais explícitos na nossa sociedade. Mais de 500 mulheres são agredidas por hora no Brasil. 76% das mulheres afirmam que conheciam o agressor. Entre 2003 e 2013 aumento em 54% do feminicídio contra as mulheres negras, enquanto com as brancas caiu 10% no mesmo período.
A população LGBTQIA também não tem seus direitos básicos respeitados. O Brasil registra um assassinato por homofobia a cada 23 horas, de acordo com pesquisa do Grupo Gay da Bahia (CGB). Esse ano ganhou as manchetes o caso de Marcelo, que foi agredido por um motorista em um ônibus na capital paulista após embarcar junto com seu companheiro, o que mostra a falta de políticas efetivas no combate à homofobia em espaços públicos.
Na área de saúde mental, é papel do sindicato denunciar o desmonte da política antidrogas que trata a dependência dentro de um respeito a liberdade e a autonomia do usuário para, cada vez mais, voltar a lógica manicomial. De acordo com um levantamento do Conselho Federal de Psicologia, 87% das pessoas que estão internadas em hospitais psiquiátricos sofrem violações de livre acesso ao contato com familiares durante a internação.
A psicologia deve atuar alinhada com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o código de ética da profissão. Portanto, deve repudiar qualquer política que desrespeite os direitos humanos. O SinPsi seguirá na luta por uma psicologia mais humana e inclusiva.