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Ao assumir Cultura, Marta valoriza internet e critica lógica devastadora do mercado

São Paulo – A senadora Marta Suplicy tomou posse hoje (13) no Ministério da Cultura prometendo fortalecer a produção dos artistas nacionais, valorizar a internet e recuperar o patrimônio que fica à margem da indústria cultural voltada exclusivamente ao consumo.

“Não podemos aceitar a lógica devastadora do mercado e a pasteurização do mercado”, discursou Marta.

A nova ministra da Cultura ressaltou a boa relação que mantém com a presidenta Dilma Rousseff e a importância do legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no setor.

“Estou muito orgulhosa pela possibilidade de participar mais de perto de um governo que ajudei a eleger e realizar um trabalho em uma área com a qual me identifico muito”, disse a petista

Marta ressaltou que buscará o diálogo com a sociedade e que pretende investir na área digital. “Ainda conhecemos pouco sobre a influência da comunicação eletrônica na criatividade. Como cultura é algo em permanente transformação, a internet também presta serviço quando ela permite questionar o que está cristalizado”.

Ela agradeceu o Senado pela aprovação da PEC da Cultura, ontem, e pediu aos “colegas” da Câmara que tenham o mesmo empenho para aprovar o Vale Cultura, benefício para trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos.

“O ministério não faz cultura. Ele proporciona espaços e autonomia para que a cultura se produza. Não se pode pautar pelo mercado. Ao mesmo tempo, nossos artistas têm que viver da sua arte. Devemos incentivar nossa participação internacional, esse será nosso outro desafio”, declarou Marta, que ainda destacou que a internet terá papel chave em sua gestão.

Democratização

Sem sua fala, a presidenta Dilma Rousseff destacou o trabalho de Marta a frente da prefeitura de São Paulo (20001-20005). Ela lembrou da iniciativa da ex-prefeita de levar, através dos Centros de Educação Unificados (CEUs), atividades culturais para paulistanos das classes mais baixas.

“Uma das questões mais importantes é o acesso à cultura. É impressionante que muitas pessoas nunca foram ao cinema ou ao teatro. A democratização ao acesso à cultura deve estar agregada à questão democrática”.

A presidenta lembrou que o orçamento da Pasta em 2013 chegará a R$ 3 bilhões, sem contar os R$ 2,2 bilhões para as leis de incentivo. O aumento, em relação ao ano de 2012, é de 65%.

Lealdade

Marta assume no lugar de Ana de Hollanda, no cargo desde o início do governo Dilma. “Agradeço a lealdade e a maneira histórica com que enfrentou questões muitas vezes injustas e exageradas”, disse a presidenta ao se despedir da compositora.

Ana de Hollanda foi a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Cultura. Nesse período sofreu muitas críticas – em sua maior parte, relativas a questões de direitos autorais e de liberdade na internet.

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