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Apeoesp libera fundo de greve para apoiar professores

A Apeoesp, sindicato dos professores da rede pública estadual de São Paulo, que estão prestes a completar 60 dias em greve, liberou um fundo para ajudar os trabalhadores da educação que estejam com problemas financeiros. Os professores que tiveram seus pontos cortados poderão recorrer ao fundo de greve. O sindicato também vai distribuir alimentos e ajudar os professores a pagar contas básicas, como água, luz e remédios.

Ainda ontem, decisão judicial liminar determinou que Alckmin devolva aos professores a parcela do salário cortada pelas ausências devidas à greve, mas o governador promete recorrer

Para alimentar o fundo de greve, o sindicato conta com o apoio da população. As subsedes tem se organizado, em todo o estado, promovendo eventos como o bingo e rifas. A entidade estima que no, próximo mês, pelo menos 80 mil professores poderão ter todo o pagamento cortado por causa da greve.

“A gente está pedindo para os outros sindicatos, e para a sociedade, depositar ou entregar cestas básicas, porque o professor vai ficar um período, um mês inteirinho, sem salário”, pede a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

Maria do Rosário será uma das beneficiadas pelo fundo de greve. Ela dá aula há trinta anos e, neste mês, recebeu apenas R$ 200,00 no contracheque. Prestes a se aposentar, perguntada se o sacrifício da greve vale a pena, responde a professora: “Vale a pena porque eu também penso na geração que vem de agora, os professores que estão  começando agora. O que será desses professor?”

Outros professores buscam fontes alternativas de renda. Com a venda de biscoitos caseiros, os professores de Osasco conseguiram colaborar para o pagamento das contas de ao menos 15 colegas.

Mobilizados

Quem passou ontem (13) pela Praça da República, região central da capital paulista, encontrou dezenas de cópias de holerites penduradas por todos os lados. Foi a forma que os professores da rede estadual encontraram para mostrar para à população o quanto realmente ganham. Muito menos do que afirma o governo Geraldo Alckmin.

Como o governo do estado descontou dos salários os dias parados e, até o momento, não fez qualquer proposta de reajuste salarial, os professores estão buscam meios de sobreviver e .

“O governador do estado de São Paulo afirmou, e colocou no Portal da Transparência, que os professores ganham 6 mil, 7 mil, 8 mil reais. Então, nós recolhemos holerites de vários professores, de várias categorias, efetivos, temporários, com várias jornadas e colocamos aqui para que a população veja as mentiras que o governador está colocando”, afirma Nilcea Fleury, diretora da Apeoesp.

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