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Assistência Social de São Paulo capital promove I Conferência Livre, dias 6 e 7

Uma maneira alternativa e democrática de lidar com um golpe impetrado pela Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo (SEDS), para reduzir a participação política dos assistentes sociais do município de São Paulo. Assim pode ser definida a criação da Conferência Livre de Assistência Social de Âmbito Estadual, que terá sua primeira edição nos dias 6 e 7 de novembro, na Uninove. Para se inscrever clique aqui.

O evento surgiu depois de os assistentes sociais de São Paulo capital, Campinas e Guarulhos terem ficado praticamente sem representação na X Conferência Estadual de Assistência Social, que aconteceu em Águas de Lindoia, de 6 a 8 de outubro. Isso porque a SEDS havia deliberado baixar drasticamente o quantitativo de delegados liberados desses municípios. Para se ter uma ideia, em 2013 São Paulo mandou cerca de 120 delegados para a edição estadual. Neste ano só foram liberadas dez vagas.

“São metrópoles que sempre mandaram um número maior de representantes para a Conferência Estadual. Não dá para reduzir de cem para dez. Perdemos totalmente a representatividade e ficamos com nosso debate muito enfraquecido na X Conferência Estadual. Isso sem falar de alguns municípios menores, que só puderam enviar um delegado”, relata Valéria Princz, dirigente do SinPsi e assistente social. 

A indignação de Valéria baseia-se no fato de que, via de regra, as conferências da assistência social devem ter ao menos um representante de cada uma das três esferas do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) – trabalhador, usuário e gestor. Os municípios que tiveram limitações absurdas de vagas acabaram por enviar apenas gestores, o que prejudicou muito a paridade nas deliberações para a edição nacional.

“Como na conferência municipal já ficamos sabendo que haveria só dez vagas, o Conselho Municipal de Assistência Social de São Paulo, o COMAS, tentou articulação com a SEDS, mas esta estava irredutível quanto à decisão. Aí começamos a construir a Conferência Livre, para ter um espaço legítimo nosso”, afirma Valéria.

Manifestação democrática

Com a proposta de discutir a política de assistência social no estado de São Paulo, sem a intervenção do governo, o evento também vai abolir regimento interno, longos e intermináveis debates e palestras magnas de pessoas iluminadas para reles mortais. 

A I Conferência Livre de Assistência Social de Âmbito Estadual, como o nome já diz, será um espaço para que opiniões e discussões profundas dos grupos garantam múltiplos olhares. Em suma, um espaço para a colaboração, não para a competição, como vinham se caracterizando as Conferências Municipais e Estaduais.

A expectativa, segundo a assistente social, é de uma manifestação democrática, onde de fato serão discutidas e ecoadas as políticas do SUAS.

“Queremos que trabalhadores e usuários estrem em sintonia. A assistência social é um trabalho muito coletivo, então estamos lutando por uma política pública, que tem de estar na agenda dos prefeitos e vereadores, que deve ser discutida”, analisa Valéria, destacando a falta de visibilidade da categoria. “Precisamos ser mais valorizados, ter melhores condições de trabalho, salários mais dignos. Fazemos um trabalho árduo e precisamos pontuar que não somos assistencialistas. Estamos cada vez mais buscando conhecimento para lidar com os problemas existentes na atuação”, finaliza.

Confira abaixo a programação e confirme aqui sua presença pelo evento criado no Facebook.

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