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Atletas recorrem à Psicologia para tratar de síndrome de pânico e depressão

Auxílio profissional é importante para enfrentar processos de mudanças e interferências constantes no esporte
Os atletas estão em pauta e não é para menos, com as Olimpíadas de Londres a pleno vapor. Em 2014 e 2016, será a vez do Brasil sediar a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas, respectivamente. Com esse olhar voltado para os atletas do futuro, uma atividade tem tomado fôlego: a Psicologia do Esporte, que auxilia os profissionais a lidar com as pressões do atletismo, entre elas o medo de fracassar e a crise de identidade ao “pendurar as chuteiras”. 
Durante a trajetória esportiva, os atletas passam por várias transições até chegarem ao término da jornada. Porém, muitos negligenciam a importância de se preparar para cada momento do processo. Nestas fases, o psicólogo é peça importante para o ajustamento da carreira e da aposentadoria do esportista.
Um exemplo é o da psicóloga Beatriz Lazarini, de São Paulo, que há três anos auxilia esportistas com quadros clínicos de síndrome de pânico e depressão. “Meu objetivo é entender o que acontece com esses profissionais e quais são as causas, para poder tratar de forma preventiva, inclusive, na questão da aposentadoria”, explica.
O atendimento clínico é feito dentro e fora das quadras esportivas, visando o rendimento e o desempenho do atleta. “Preciso entender como é o profissional na equipe, como age com os colegas”, define a psicóloga. De acordo com ela, as queixas mais recorrentes entre os esportistas ativos são referentes às expectativas, ao sucesso profissional e às lesões corporais. “Até a perda de um jogo pode acarretar na síndrome de pânico, pela insegurança de perder novamente”, diz.
Medo do fim
Os atletas de alto rendimento, em determinado momento, se defrontam com o término da carreira esportiva – um processo crucial e inevitável. Para isso, é preciso ajustar a esfera ocupacional, financeira, social e psicológica. Esse contexto também exige a atuação psicológica. 
“Trato para que o eles tenham o término da carreira de forma adequada, saudável, com qualidade física e psíquica. O fechamento da carreira deve incentivá-lo a buscar algo a mais. Muitos se tornam instrutores, técnicos, e continuam na parte administrativa voltada para o esporte”, conta.
O trabalho de Beatriz será um dos cinco mil apresentados durante a 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontece entre os dias 20 e 22 de setembro, em São Paulo. Para ela, o evento será importante para dar visibilidade à atividade psicológica no ramo do esporte. “É uma área pouco falada até nos cursos de graduação. Não existem disciplinas voltadas para o esporte”, ressalta.

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