Notícias

Ato do Dia Nacional Antimanicomial reúne mais de 3 mil manifestantes em SP

A avenida paulista parou hoje à tarde para dar voz e passagem aos pacientes, aos profissionais de psicologia e outras áreas afins para se posicionar contra a manutenção de manicômios no Estado de São Paulo e exigir o cumprimento da Lei 10.216/2001 e da Carta do dia 18 de Maio de 2015. A “Carta” pede o fim dos manicômios, além de apresentar reivindicações sociais e políticas, foi entregue na portaria da Secretaria Estadual de Saúde.

A Lei 10.216, tem como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, que transfere o foco do tratamento que se concentrava em instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.Atualmente, o país ainda tem 32 mil leitos de internação psiquiátrica, a maioria concentrada no estado de São Paulo – 12 mil, ao todo.

A caminhada Antimanicomial até a Secretaria Estadual de Saúde, no complexo do Hospital das Clínicas, foi de duas horas. Tanto na saída do Vão Livre do Masp como no encerramento foram divulgados os principais itens da “Carta” como o fim da internação compulsória, o fim do Eletrochoque e a rejeição da PEC 451 que viola o direito à saúde e promove a segmentação do SUS, a  medicalização e a patologização da vida, entre outros tópicos como a reforma política e a violência da polícia contra negros, pobres e da população da periferia das cidades.

Para o presidente do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo, Rogério Giannini, a luta antimanicomial vem demonstrando a cada ano um maior envolvimento da sociedade civil. “As autoridades do governo paulista precisam respeitar a Lei 10.216 de 2001e acabar com os manicômios no Estado de São Paulo”, ressaltou Giannini. Ele lembrou que o Ato Nacional Antimanicomial é uma denúncia dos profissionais da área a toda sociedade e que precisam cobrar seus governantes e parlamentares.

Já a presidente da Federação Nacional dos Psicólogos, Fernanda Magano, destacou a terceirização de profissionais através das Organizações Sociais (OSs). “O governo paulista está precarizando os contratos de trabalho dos psicólogos e também por não oferecer condições ideais de trabalho”, lembra.

 Festa cultural

A manifestação Antimanicomial teve início às 12 horas da segunda-feira (18/05), no Vão Livre do Masp, na avenida Paulista, com atividades culturais como “cobertura jornalística e fotografia” elaborada pelo projeto Trecho 2.8, além de desfile “Toque Mágico” com roupas, penteados e maquiagem produzido pelo Caps Itapeva. Também teve espetáculo de dança pela Cia Sansacroma que desenvolve pesquisa de linguagem chamada “Dança da Indignação”, e a presença de diversos tipos de artista como palhaços e malabaristas.

Moradores e trabalhadores na região da Paulista aproveitaram o horário do almoço para participarem das atividades da manifestação cultural Anti Manicomial. Assistiram as apresentações de teatro, dança, fotografia e confecção de cartazes e receberam informações sobre a pauta dos movimentos Antimanicomiais. 

Diversas entidades e movimentos participaram da organização do evento, entre elas:Frente Estadual Antimanicomial SP, ABRASME, SÃ Consciência, Rede Estadual de Saúde Mental e Economia Solidária de SP, Coletivo Rua, UMPS – União dos Movimentos Populares de Saúde, Centro Acadêmico de Psicologia da PUC-SP, MNLA, CRP-6 / Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, FPSM- ABCDMRR, APSP- Frente, SinPsi / Sindicato dos Psicólogos de São Paulo, CAPS AD – São Mateus.

Deixe um comentário