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Bolsa-manicômio desresponsabiliza governo do estado

Neste mês, o governador Geraldo Alckmin lançou um programa de forte apelo midiático e pouca estrutura para dar certo: o bolsa-manicômio – chamado pela grande imprensa de bolsa-crack – que vai repassar dinheiro para clínicas privadas, em troca da internação de pessoas maiores de idade em situação de drogadição.

Com o que se chama Cartão Recomeço, o governo se desresponsabiliza a respeito de um problema de saúde pública e transfere renda – R$ 1350 por paciente – para as comunidades terapêuticas, incentivando a internação compulsória.

Para Rogério Giannini, presidente do SinPsi, um retrocesso:

“Uma das coisas mais perversas do bolsa-manicômio é que ela causa um curto circuito entre o desespero das famílias de pessoas em situação de drogadição e o interesse das clínicas em arrecadar esse dinheiro. É uma tentativa de se desresponsabilizar do problema apostando na lógica de mercado. É uma antipolítica pública”, afirmou.

O programa pretende distribuir 3 mil cartões, com validade de 180 dias cada. O valor será repassado diretamente para as entidades cadastradas em 11 municípios, em todo o estado. Mas a proposta se mostra falha quando mostra desconhecer as funções dos CAPs, já que faz deles apenas um encaminhador de pessoas inscritas no bolsa-manicômio.

“É preciso procurar um CAPs para, de lá, ser encaminhado para a clínica privada. Isso só comprova que o governo desconhece o papel institucional dos CAPs, que não é o de encaminhar, mas o de tratar. Além disso, quantas clínicas serão credenciadas? Quais os critérios para esse credenciamento?

Quanto à denominação do programa de Alckmin, o SinPsi prefere usar o termo bolsa-manicômio. Giannini explica o porquê:

“Chamar de bolsa-crack atende a interesses de setores conservadores, que entendem tratar-se de financiando ao uso da droga e ainda associam o repasse a projetos bem-sucedidos do governo federal. A crítica aqui é sobre o financiamento ser destinado à sustentação de interesses privados, no caso dinheiro repassado a clínicas particulares”, ressalta o presidente do SinPsi, que falou sobre o tema à TV dos Trabalhadores, a TVT.

Clique aqui e veja a matéria na íntegra.

E leia aqui matéria publicada no site Rede Brasil Atual, sobre o mesmo tema.

O SUS oferece formas gratuitas de tratamento a pessoas em situação de drogadição, que vai da psicoterapia à internação em leito comum, não em leito manicomial.

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