Boletim divulgado dia 9.fev, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) faz um balanço de dois anos de pandemia de Covid-19 no Brasil e registra que a taxa de mortalidade no país é quatro vezes maior do que a média mundial. Foram 2932 mortes por milhão de habitantes ante a média de 720 mortes em escala mundial. O Brasil foi respondeu nesses dois anos por 11% do total de mortes (630 mil vítimas) por covid-19.
Além de seu aspecto mais trágico, a morte, a desastrosa gestão da crise da pandemia resultou também no colapso da saúde pública e aumento da desigualdade econômica e social no país. Segundo a Oxfam Brasil a cada 26 horas “surgiu” um novo bilionário no mundo, enquanto a desigualdade social contribuiu para uma morte a cada 4 segundos. No Brasil, 10 novos bilionários se juntaram aos 45 já existentes antes da pandemia, acumulando uma riqueza total de U$$ 176 bilhões. Enquanto isso, a miséria e desigualdade aumentaram assustadoramente no país, que voltou a fazer parte do mapa da fome mundial.
Em termos mundiais, a fortuna dos bilionários cresceu 60% durante a pandemia. Nada mau, né?
Vacinação e desigualdade social
De acordo com o boletim da Fiocruz, a pandemia afetou mais gravemente a camada mais vulnerável da população e as regiões mais pobres.
“A desigualdade da vacinação no Brasil expõe problemas de base, como acesso geográfico, logística de distribuição, armazenamento, gestão de estoques e velocidade na informação. Mesmo considerando a população elegível, mais jovem e predominante, sobretudo na Região Norte, a diferença na cobertura é elevada quando comparada com as regiões Sul e Sudeste. “Em meio a pandemia, problemas que deveriam ter sido enfrentados antes, para trazer mais equidade e eficiência no processo de imunização, podem tornar populações com baixa taxa de cobertura mais vulneráveis e permitir o surgimento de novas variantes, como observado em áreas mais pobres do continente africano”, afirma o documento.
Segundo o IBGE, em 2020 “Em todas as faixas de idade de zero a 69 anos pessoas pretas e pardas morreram mais do que as brancas por Covid-19”.
O balanço divulgado pela Fiocruz reforça e dá números à realidade que todos conhecemos (apesar de alguns negarem): o responsável por essa tragédia tem nome e sobrenome: governo Jair Bolsonaro.
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