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Caminhada nesta quinta (8) pede controle social de políticas públicas em São Paulo

A Caminhada do Centro, realizada desde 2005 nas ruas da região central da capital paulista, terá como tema principal a independência do Brasil nesta quinta-feira (8). Outro diferencial desta edição será um momento para se discutir o controle social de políticas públicas paulistanas. A concentração ocorre em frente ao Teatro Municipal a partir das 20h para, então, percorrer outras vias da área.

Carlos Beutel é o idealizador da caminhada noturna pelo centro da cidade. Segundo ele, entre 50 e 200 pessoas participam da manifestação anualmente. A iniciativa é uma forma de buscar a recuperação da autoestima dos paulistanos. Nesta quinta, a ideia é percorrer a região para apontar a presença, em São Paulo, de Dom Pedro I, Marquesa de Santos e José Bonifácio.

Antes da caminhada, o médico Daniel Ferreira, um dos coordenadores da atividade, fará um depoimento com denúncias sobre a situação da saúde em São Paulo. O Ato pelo Controle Social das Políticas Públicas pretende “organizar a comunidade num ato legítimo e democrático” visando a denunciar a precarização das instituições públicas.

Ferreira foi demitido da Unidade Básica de Saúde (UBS) da República na terça-feira (6) sob alegação de que não cumpria todas as qualificações exigidas e não possuía “bom relacionamento interno” na unidade, cuja gestão compete a uma organização social da saúde (OSS). Ele trabalhava no local desde dezembro de 2009 e é uma referência na região, pelo trabalho realizado no Programa Saúde da Família.

Ele credita a dispensa a outro fato. No final de agosto, o médico participou de audiência pública sobre propostas orçamentárias para 2012 no estado e defendeu a criação de duas novas UBS na região central da capital, além da ampliação do tempo de consulta médica de 15 para 30 minutos. O limite de tempo, de acordo com ele, é determinado para acelerar o atendimento, mas há prejuízos para a qualidade do serviço. Ferreira ainda enxerga dificuldades de encaminhamento de casos para unidades da Assistência Médica Ambulatorial (AMA), principalmente por falhas de comunicação com as UBS.

As críticas são dirigidas ao modelo de transferir a administração de unidades públicas, vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), a organizações sociais são recorrentes, incluindo precarização no atendimento. Outro problema apontado diz respeito à reserva de leitos públicos à planos de saúde privados. As OSS que gerenciam unidades que atendem ao SUS, como a UBS, também são criticadas.

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