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Centrais avaliam greve, e CUT diz que não se pode ‘negociar redução de danos’

UGT desmente informação, veiculada na mídia comercial, de que teria “desistido” de movimento

Representantes das centrais sindicais se reunirão nesta sexta-feira (23) à tarde, na capital paulista, para discutir as próximas manifestações contra as reformas do governo Temer, incluindo um indicativo de greve geral para o próximo dia 30. Durante encontro da direção nacional da CUT, hoje, o presidente da entidade, Vagner Freitas, afirmou que não se deve “negociar redução de danos com golpista que respira por aparelhos e muito menos desistir das mobilizações com a ilusão de que é possível negociar com o governo ilegítimo” porque Michel Temer estaria “fragilizado”.

“Apostamos na greve, no enfrentamento e na construção do dia 30. Suspender essa mobilização agora ajudaria o governo golpista no ataque aos trabalhadores e seus direitos”, afirmou o dirigente. Para ele, a greve geral de 28 de abril e a marcha a Brasília, em 24 de maio, atingiram “o único fiapo que ainda sustenta Temer no poder”, referindo-se à base parlamentar que tenta acelerar as “reformas” trabalhista e previdenciária.

Vagner destacou a derrota do Planalto na votação da reforma da legislação trabalhista, na última terça-feira, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. “Jamais o governo esperava que fosse perder a votação na CAS, com sua própria base votando contra, com senadores chamando Temer de corrupto e convocando diretas já!”, comentou o presidente da CUT. “O que promoveu essa mudança foi nossa pressão. Estamos quebrando o imenso apoio parlamentar, já que esse governo não tem qualquer apoio popular e social. Convocamos todas as centrais e todos os sindicatos para estarem nessa greve. Não acreditamos numa saída negociada com golpista.”

Durante o dia, a revista Época noticiou que a Força Sindical e a UGT teriam “desistido” da greve geral. O presidente da UGT, Ricardo Patah, divulgou nota desmentindo o que chamou de fake news (notícia falsa) da publicação. “Unidos nós somos fortes. Por esse motivo é comum, nesse momento, tentar desorganizar o movimento conjunto das centrais contra as reformas”, afirmou.

Na semana passada, durante congresso da entidade, o presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), disse ter “dúvidas” sobre o momento de se fazer uma greve geral. Mas acrescentou que o assunto deveria ser discutido com todas as centrais. Ontem, parte delas se reuniu com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, para discutir medidas compensatórias.

A Força divulgou nota na qual afirma orientar suas entidades filiadas a realizar no dia 30 “atos, manifestações e paralisações em suas bases”. “Nosso objetivo é pressionar o governo e sensibilizar os parlamentares e a sociedade quanto à importância de manter os direitos sociais duramente conquistados”, afirma a central.

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