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Comissão do Senado vota reforma trabalhista nesta terça

Sessão no Senado começa com protestos da oposição. “Ficamos de joelhos perante a Câmara”, diz Paulo Rocha (PT-PA)

Começou por volta de 10h30 desta terça-feira (20) a reunião da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado que deverá aprovar o projeto de lei (PLC 38) que altera a legislação trabalhista. Enquanto a votação não começa, os representantes da oposição protestam particularmente contra o fato de o relator, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), ter ignorado as emendas, inclusive da base governista, para evitar que o texto retorne à Câmara, onde o projeto foi aprovado ainda como PL 6.787. Em seu relatório, o tucano faz apenas “recomendações” de vetos presidenciais.

“Os senhores estão renunciando ao mandato de senador”, afirmou Paulo Paim (PT-RS), sugerindo a criação de uma “fábrica de carimbos” na entrada do Senado, para chancelar os textos vindos da Câmara. “Vossa excelência não concorda (com o projeto), o relator não concorda, nem o líder do governo concorda, tenho certeza”, acrescentou, citando também a presidenta da CAS, Marta Suplicy (PMDB-SP) e o líder Romero Jucá (PMDB-RR).

Dizendo dirigir-se ao PMDB e ao PSDB, Paulo Rocha (PT-PA) afirmou que o projeto não resolve o problema do emprego e do crescimento. “Pelo contrário. Precariza a relação capital e trabalho e desmonta qualquer forma de organização do Estado social que estávamos construindo no país”, disse o senador, para quem o Senado ficou “de joelhos” perante a Câmara.

A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, dirigiu-se diretamente a Marta: “Minha formação feminista veio pelas suas mãos, e de Rose Maria Muraro (escritora e intelectual, morta em 2014). “Esse projeto traz retrocessos imentos para a questão de mulher e para os trabalhadores. Vossa Excelência apoia esse projeto? Como ele (Michel Temer) vai vetar e mandar uma medida provisória se ele não sabe se vai continuar no cargo?”, questionou.

“Não me permitirei falar do meu sentimento pelo que está acontecendo”, respondeu Marta, afirmando estar na condição de presidenta do colegiado, mas propondo manter uma “longa conversa” com Gleisi posteriormente.

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