Foi realizado, em 18 de dezembro, no auditório da sede do CRP SP, o evento que marcou a Entrega do Prêmio de Psicologia e Direitos Humanos: Ditadura Civil-Militar e Repercussões sobre a Psicologia como Ciência e Profissão. O concurso selecionou, entre profissionais e estudantes, os melhores artigos acadêmicos sobre o tema, com o objetivo de promover um resgate da história, impedindo novas ocorrências deste tipo de violação.
Organizado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, o Prêmio teve no total, 52 artigos inscritos (27 de profissionais e 22 de estudantes), que foram analisados por uma Comissão Julgadora que determinou os três melhores artigos em cada uma das categorias.
O Conselheiro Luis Fernando de Oliveira Saraiva, em sua fala de abertura da atividade, afirmou que, pensar como a Psicologia se fez presente em um período tão sombrio da história brasileira, é fundamental para que se saiba como lidar com o desafio, que segue presente, de afirmação de um estado democrático no país. “É bacana termos estudantes e profissionais contribuindo para isso. Que este prêmio possa disparar discussões e consolidar um projeto de sociedade que nós, como psicólogos(as), temos o compromisso e responsabilidade de contribuir”, afirmou.
“Um dos pilares da atuação profissional da Psicologia é seu compromisso com os direitos humanos, que não deve ser compreendidos como uma coletânea de textos e leis, mas como práticas de cada ser humano e é isso que vocês estão ajudando a construir”, afirmou Aristeu Bertelli, conselheiro do CRP SP e integrante da Comissão de Direitos Humanos.
Terceiro colocado na categoria estudante, Vinícius Furlan, da Universidade Metodista de Piracicaba destacou que a sua participação na 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia motivou ainda mais a sua certeza do compromisso ético da profissão na defesa dos direitos humanos. “Foi um escolha muito acertada a proposição deste tema já que vivemos um momento em que a sociedade clama em saber, de fato, o que aconteceu neste período da história”, afirmou.
Já a estudante Fabíola Figueiredo da Silva, da Universidade Brás Cubas, de São Paulo, que ficou em segundo lugar, refletiu sobre as consequências do período da ditadura civil-militar na vida brasileira e também o contexto da Psicologia, que, quando se instaurou a ditadura em 1964 estava regulamentada há apenas dois anos. Em seu trabalho, Fabíola questionou como é possível justificar as atrocidades promovidas neste período. “Tudo o que aconteceu não foi um problema que afetou apenas as vítimas, mas toda a sociedade brasileira. Elas estão inseridas em um contexto sócio histórico que nem está tão longe assim”, afirmou.
A noite contou também com a participação de Luis Eduardo Franção Jardim, que ficou em segundo lugar na categoria profissional, e que estuda questões ligadas a ditadura e seus desdobramentos na vida do cidadão comum. “Esta iniciativa abre mais uma possibilidade para discutirmos estes temas”.
Confira abaixo a listagem completa dos(as) vencedores(as):
Categoria Profissional:
1º lugar: Fernando Lacerda Júnior e Domenico Uhng Hur (Goiás).
2º lugar: Luis Eduardo Franção Jardim (São Paulo)
3º lugar: Carla Náyad Castelo Branco Costa Dantas e Ana Maria Batista Correia (Piauí).
Categoria Estudante:
1º lugar: Lumena de Aleluia Santos. (Bahia).
2º lugar: Fabíola Figueiredo da Silva (São Paulo).
3º lugar: Vinicius Furlan (São Paulo).