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CUT ocupa Brasília com 30 mil trabalhadoras na Marcha das Margaridas

Nesta terça (16) e quarta-feiras (17), a capital do Brasil receberá a maior manifestação de mulheres da América Latina. A terceira edição da Marcha das Margaridas planeja levar a Brasília cerca de 100 mil trabalhadoras rurais que defenderão um modelo de desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

O encerramento, na tarde do dia 17, no Parque da Cidade, deve contar com a participação da presidenta Dilma Rousseff (leia abaixo a programação). Durante os dois dias também estão previstas manifestações diante dos ministérios, do Congresso Nacional e o lançamento de campanhas contra os agrotóxicos e pela reforma política.

A expectativa da CUT é reunir mais de 30 mil militantes ligadas a 17 federações para lutar por uma pauta que interessa a toda a classe trabalhadora. “Além de marcar presença como a primeira grande atividade eminentemente feminina do governo Dilma, a marcha tratará de temas que atingem todas nós como o combate à violência, a igualdade salarial, o acesso à creche, a regulamentação do trabalho doméstico, a atualização dos índices de produtividade e o limite da propriedade da terra, além da questão dos empregos verdes.”, enumerou Rosane Silva, secretária de Mulheres da CUT.

Visibilidade para garantir conquistas
Para Carmen Foro, secretária de Meio Ambiente da Central, as marchas foram essenciais para avançar em questões como o crédito rural específico para as mulheres, a titulação de terras em nome das rurais e o programa de documentação para essas trabalhadoras. Conquistas que fizeram a atividade crescer. 

“A primeira e a segunda edição duraram um dia e nos restringimos a entregar nossa pauta. Chegamos à conclusão de que era insuficiente e precisaríamos também construir uma mesa de negociação para termos respostas do governo e dos ministérios a curto, médio e longo prazo, sendo o longo prazo o mandato dessa gestão”, explicou.

Segundo ela, a ampliação foi uma exigência das trabalhadoras para permitir também o encontro com o interior do Brasil e a troca de experiência em diversos aspectos. A expansão também busca garantir maior visibilidade para as reivindicações.

Mulheres livres – Rosane comenta que manifestações como a marcha são uma forma de pressão e uma maneira de fazer com que o Brasil comece a reconhecer que a classe trabalhadora tem dois sexos. Também no segmento rural. “Por conta da nossa luta, mais de um milhão de mulheres foram beneficiadas pela emissão de documentos básicos. Até então, não tínhamos noção de que tantas companheiras não tinham acesso a esse direito. Da mesma forma, o crédito que só tinha o homem como beneficiário, passa a atender também a mulher. O próximo passo é fazer com que as companheiras não sejam prejudicadas no acesso ao financiamento por conta da inadimplência dos maridos”, afirma.

Carmen acredita que é fundamental o diálogo com a sociedade para mostrar que as reivindicações das Margaridas também afetam aos homens e mulheres da cidade. “A marcha é protagonizada pelas mulheres do campo e da floresta, mas não é restrita a elas. Defender uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos, não interessa apenas às rurais. A educação, o acesso à saúde são mais difíceis no campo, mas não são um direito adquirido na cidade. Por isso, precisamos somar forças para que possamos avançar”, diz.

Violência é contra todos
Um dos pontos fundamentais da mobilização deste ano será o combate à violência no campo. A preocupação pode ser explicada por dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra). Entre 2001 e 2011, passou de 7% para mais de 20% a quantidade de mulheres na lista de ameaçadas de morte por conta da questão agrária no Brasil.

“O perfil do conflito mudou. Não se trata mais apenas da terra, mas também do local onde há recursos naturais em abundância como a água, a floresta, o solo bom para plantar, onde as mulheres sempre estiveram porque precisam produzir para alimentar a família. Acabar com essa vergonhosa forma de violência é uma responsabilidade que cabe a todos nós”, define Carmen.

Programação:

Dia 16 de agosto
Madrugada – Chegada e acolhimento das delegações
5h30 – Café da manhã

A partir das 9h:
. Inauguração da Mostra Nacional da produção das Margaridas
. Painéis de debates:
O desenvolvimento Sustentável
. Lançamento da campanha contra os agrotóxicos
. Lançamento da PL de iniciativa popular para Reforma Política
. Sessão solene no Congresso Nacional
. Ato no Congresso Nacional
. Exposição Fotográfica – Mulheres Trabalhadoras na Marcha das Margaridas – Trajetória de Lutas – Hall da Taquigrafia – Congresso Nacional

Noite: Abertura política da Marcha das Margaridas 2011
. Lançamento do CD “Canto das Margaridas”
. Noite-jantar
. Show com Margareth Menezes

Dia 17 de agosto
5h – Café da manhã
7h – Saída da Cidade das Margaridas para a Esplanada dos Ministérios
10h – Ato na Esplanada, em frente ao Congresso Nacional
15h – Ato de encerramento com a presença da presidenta Dilma, no Parque da Cidade
17h – Retorno das delegações aos estados

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