A Secretaria de Políticas Sociais da CUT realiza nos próximos dias 21 e 22 de setembro, em São Bernardo do Campo, o II Encontro Nacional de Trabalhadores com Deficiência, que já conta com mais de 60 inscritos.
“O 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência e vamos aproveitar o simbolismo desta data para assinar o protocolo de adesão à Campanha da Acessibilidade ‘Siga essa Ideia’, do Conade (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência)”, explicou Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT.
Conforme Solaney, a campanha objetiva a sensibiilização e a mobilização da sociedade para a eliminação das imensas barreiras arquitetônicas e de informação que impedem as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a participar, efetivamente, da vida em sociedade. Na avaliação do dirigente cutista, os movimentos sindical e social têm muito a contribuir para dotar a essas 26 milhões de pessoas, cerca de 14% da população brasileira, de condições dignas de vida e trabalho. “Justamento pelos obstáculos e preconceitos ainda existentes, apenas 2% deste percentual consegue trabalhar e ter uma vida ativa. Nosso compromisso, expresso pela campanha, é encarar de frente os problemas reais com que esses companheiros e companheiras se deparam no seu dia-a-dia, como a questão do transporte público e da própria infraestrutura precária das cidades, que impedem a mobilidade da pessoa com deficiência”, acrescentou.
O fato da maior central sindical brasileira estar refletindo sobre estas questões e debatendo propostas concretas, avalia Solaney, “permitirá uma ação organizada para garantir o cumprimento da lei de cotas por parte do empresariado” – a lei assegura de 2 a 5% das vagas para deficientes nas empresas que tenham acima de 100 trabalhadores. Em que pese o governo brasileiro vir adotando políticas de inclusão, como a lei que regulamenta o ensino da linguagem de libra, e do MEC direcionar o Plano Nacional de Educação dentro de uma perspectiva de formação e qualificação profissional deste imenso contingente de pessoas, até então excluídas, sublinhou o dirigente cutista, “precisamos exigir que esta orientação saia do papel e passe a ser assumida pelo conjunto das administrações públicas e também pelas empresas privadas”.
O evento aprovará resoluções para orienta a ação das CUTs estaduais e Ramos no próximo período, além de eleger o Coletivo Nacional. “Durante o processo de preparação do II Encontro, as secretarias de políticas sociais das CUTs estaduais realizaram seminários e encontros que possibilitaram a organização desses trabalhadores em inúmeros coletivos, o que desde já é uma vitória”, acrescentou Solaney.