O secretário geral da Central Única dos Trabalhadores, Quintino Severo, convocou a militância dos movimentos sindical e social a ir às ruas na próxima sexta-feira, 14 de agosto, na Jornada Nacional Unificada de Lutas.
“Esta mobilização é uma das principais tarefas da militância cutista neste ano e precisamos nos empenhar para que envolva o conjunto do país. O Plano de Lutas aprovado no 10º CONCUT contempla dois grandes objetivos: o primeiro é o de continuar enfrentando a crise, pressionando para que os trabalhadores não paguem a conta. Este debate virá à tona com peso no dia 14”, declarou o secretário geral, recém reeleito.
Quintino condenou a miopia de empresários que tentam jogar o ônus da crise internacional sob as costas de seus empregados, sem refletirem que com esta conduta estarão jogando água no moinho da retração econômica. Afinal, quanto menor a massa salarial, menos consumo e menos produção, “a lógica excludente do governo anterior, do círculo vicioso”. “Os empresários que buscam precarizar, retirar direitos e reduzir reajustes estão na contramão, sabotando a afirmação de projeto nacional de desenvolvimento”, sublinhou.
Ao condenar a prática da demissão imotivada para contratar por menor valor, Quintino lembrou que os jornais de domingo estamparam a gravidade da situação: “o emprego começou a voltar, mas com queda de 25% na remuneração. Demitem para contratar mão-de-obra mais barata”.
Na sexta-feira, enfatizou, “vamos responder a mais este ataque dos empresários”. Além disso, defendeu, centrais sindicais e movimentos populares levantarão bem alto a bandeira da redução da jornada constitucional de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, que é o nosso segundo grande objetivo deste ano. “Nas ruas, vamos apontar claramente como é importante esta ação unificada para garantir que o Congresso Nacional vote a redução da jornada, o que contribuirá para a geração de emprego e para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores”.
Para o secretário geral da CUT, além das prioridades elencadas acima, “que necessitarão de uma luta combinada”, esta confrontação com os representantes do capital poderá colocar os movimentos sociais num novo patamar, “mais favorável à disputa de hegemonia”. “Temos batalhas importantes no longo prazo como pelo desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente e democratização da comunicação”, declarou Quintino, lembrando que o enfrentamento às desinformações e deturpações da chamada “grande mídia” é essencial para a afirmação de um projeto de sociedade que reforce os investimentos sociais e as políticas públicas.