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Debate Online realizado pelo CFP aborda a avaliação psicológica e sua relação com o respeito aos direitos humanos

O Debate Online “Avaliação Psicológica e os Direitos Humanos” realizado na última sexta-feira (10) alcançou aproximadamente 1600 pontos conectados. Com transmissão em tempo real, o debate contou com a participação do conselheiro Aluizio Lopes de Brito, Alexandra Anache e Pedro Paulo Bicalho, professores de Psicologia de universidades federais do Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, além da presidente do Instituto Brasileira de Avaliação Psicológica (IBAP), Caroline Tozzi Reppold. O evento ocorreu no Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília, com a novidade de interação entre espectadores e debatedores pela hashtag #DebateOnlineCFP no twitter.

Com o objetivo de propor novas reflexões sobre o tema e propagá-las em todo o Brasil, o debate foi dividido na apresentação dos convidados e também nas respostas às perguntas que os internautas fizeram por email e também pela rede social.

Com o tema “Aspectos éticos e legais da avaliação psicológica e a relação com o respeito aos direitos humanos”, a professora da UFMS Alexandra Anache apontou os desafios da Avaliação Psicológica. “O aumento de critérios de validação de instrumento está ligado à qualificação profissional e ao aprimoramento, que deve ser diário”. Para ela, a publicação da Resolução nº 07/2003 do CFP trouxe mudanças significativas. “A avaliação psicológica deve priorizar a vivência de situações práticas. É preciso que o psicólogo se preocupe com o bem estar do outro”, explica.

A segunda parte do Debate Online “Questões teóricas e técnicas que fundamentam a avaliação psicológica e as interfaces com os direitos humanos” ficou com Caroline Tozzi Reppold, presidente do IBAP. Em seu discurso, Reppold disse que com a criação da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), em agosto de 1997, o respeito e a promoção aos direitos humanos influenciou os trabalhos de avaliação psicológica, principalmente na promoção à Saúde. A psicóloga é também professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

“Aspectos éticos da avaliação psicológica e a relação com o respeito aos direitos humanos”, foi trazido pelo  coordenador da CNDH do CFP Pedro Paulo Bicalho. “Por intermédio da avaliação, os psicólogos buscam informações que ajudem a responder e ou problematizar questões sobre o funcionamento psicológico das pessoas e suas implicações, nunca desvinculando do contexto sócio-histórico em que os mesmos estão inseridos”. Para ele, a subjetividade é agenciada por uma complexa teia de dimensões que se relacionam entre si e por isso é preciso colocar em análise demandas que sugerem previsões determinísticas.

A parte reservada para perguntas, enviadas pelos internautas que acompanharam o Debate Online em tempo real, fez com que debatedores afirmassem que não se pode associar patologia a um tipo de personalidade. Questionado sobre como fazer avaliação psicológica com um indígena, Pedro Paulo explicou que é necessário pensar no contexto e na singularidade que o compõe. “Não podemos abrir mão do que se está avaliando. Corremos o risco de impor nossa cultura. Não podemos padronizar comportamentos”.

O contexto jurídico também foi questionado pelos internautas. Pedro Paulo explicou que uma avaliação dentro desse campo serve para o psicólogo dar um posicionamento. “O posicionamento serve como base para que uma autoridade tome decisão na vida de pessoas. Por isso é mais que necessário colocar em análise o que se está fazendo”, apontou. O professor da UFRJ afirmou que pensar em avaliação psicológica é pensar em práticas, mesmo tendo em vista que “o que não está nos autos não está no mundo”, explicou.

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