A Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi tomada por flores na manhã de terça-feira (27). O ato fez parte da primeira ação do Movimento Primavera da Saúde que luta por mais recursos para a saúde. Representantes de diversas entidades se concentraram no gramado do Congresso Nacional e realizaram uma caminhada até a sede do poder executivo, o Palácio do Planalto.
Os manifestantes depositaram flores à presidente Dilma Rousseff e pediram a atenção da chefe de estado para a regulamentação da Emenda Constitucional 29, atualmente em análise no Senado Federal. Para a presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Bartiria Lima é necessária à aprovação do texto pelos senadores, mas alerta que mesmo com a emenda os recursos não serão satisfatórios.
“Temos que lembrar que mesmo o Senado aprovando os recursos que estão na Emenda, eles ainda não serão suficientes”, ressaltou.
De acordo com Arnaldo Marcolino, conselheiro nacional de saúde, a Primavera da Saúde é um movimento de mobilização social inovador que reúne representação de vários estados do país na luta por um Sistema Único de Saúde (SUS) verdadeiramente público.
“É um movimento que possibilita pensar outra forma de financiamento. O SUS é da sociedade, foi feito por nós. Sabemos que 10% da União é pouco, mas alguma coisa tem que acontecer. Estamos pedindo um SUS com bom financiamento. A nossa sociedade precisa de uma grande resposta que tem que culminar com uma manutenção deste ato, e esta ação vai culminar com a realização da 14ª Conferência Nacional de Saúde”, afirmou.
Segundo Fernando Eliotério, conselheiro nacional de saúde, as ações da Primavera da Saúde devem seguir nos estados, sendo as conferências estaduais de saúde espaços para a discussão levantada pelo movimento. “Nós não vamos parar. A ideia é continuar chamando a atenção não só dos parlamentares, mas da nossa presidente Dilma e de toda a população brasileira para que tenhamos um desfecho feliz da situação do Sistema Único de Saúde”, disse.
Na parte da tarde uma comissão com representantes do movimentos fizeram um recorrido aos gabinetes dos senadores. O objetivo é convencer os parlamentares a darem seguimento à análise do texto e garantir que a União repasse 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde.